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 Inseticidas / Larvicidas usados no combate do Aedes aegypti 
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Mensagem Inseticidas / Larvicidas usados no combate do Aedes aegypti
Há muito tempo atrás, o Ministério da Saúde lançou um INSETICIDA-LARVICIDA DOMISSANITÁRIO EFICAZ CONTRA LARVAS DE MOSQUITOS chamado de Temefós Fersol 1G ou mais comumente conhecido como ABATE. Eficaz no combate às larvas do mosquito Aedes aegypti, era muito usado em todos os Estados da Federação. Hoje, contudo, resolveram mudar de Inseticida e lançaram o uso do DIFLUBENZURON, que foi testado no combate às larvas da mosca comum Musca domestica L.; aquí em Maceió essa substituição foi feita e muitos Agentes de Saúde estão reclamando de reações como coceiras e ardores nos olhos após o uso desse novo Inseticida. Alguns deles afirmam ter feito testes com o Diflubenzuron e contestam sua eficácia no combate às larvas dizendo que as larvas completam seu ciclo normalmente. Fica a pergunta pra todos vocês: vale a pena mudar uma coisa que já dava certo a tanto tempo ?

Algumas Considerações:

Nome do Produto: TEMEFÓS FERSOL 500 CE

Aplicação: Inseticida Domissanitário

Efeitos adversos à saúde humana: o produto pode ser absorvido pelas vias respiratória,
dérmica e oral. O produto é tóxico por ingestão. O produto é um inibidor das colinesterases e
pode provocar intoxicações graves.

Efeitos Ambientais: o ingrediente ativo é considerado de altamente a moderadamente tóxico
para peixes, moderadamente tóxico para abelhas e altamente tóxico para aves.
Perigos específicos: não há outros perigos relacionados ao produto.
Principais Sintomas: podem ocorrer náuseas vômitos, diarréia, salivação e sudorese
excessivas; em casos mais graves bradicardia, miose, secreção pulmonar aumentada, perda
da coordenação muscular, fasciculações e contrações musculares e depressão do SNC,
crises convulsivas generalizadas, coma e óbito.

Nome do Produto: DIFLUBENZURON

A própria ANVISA, que me parece a pedido da Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro, SES/Rj, expõe com clareza os perigos inerentes ao uso incorreto e consequente toxicidade do Diflubenzuron, sobre a saúde humana.
O produto, segundo a própria ANVISA, pode contaminar preparadores da calda mãe, e aplicadores no campo.
O Diflubenzuron pode afetar músculos, vísceras, pele, gordura, sangue, fígado, rim e estômago.
Note que a própria ANVISA admite então, que o trabalhador, até por exposição prolongada com o produto, pode sofrer lesões em órgãos vitais.
Admite também que o Diflubenzuron possui baixa toxicidade aguda, porém a toxicidade mais perigosa é a crônica, pois demanda longo período de exposição ao químico, com possíveis e conseqüentes lesões de órgãos vitais, como já elencado acima.
O produto pode causar a toxicidade genotóxica, que é gravíssima, pois poderia causar graves lesões ao DNA do trabalhador, e no de quem eventualmente consumisse água tratada com o produto, por longo período.
Há suspeita de disfunção endócrina, ou seja, glândulas como a tireóide, podem ser afetadas pela exposição ao Diflubenzuron.
O produto já foi classe IV (pouco tóxico), mas por ser altamente irritante ocular (olhos), foi revisado, e incluído na classe II (altamente tóxico). É de se observar que os pesticidas de classe II, também podem provocar séria irritação dérmica. Portanto, o trabalhador que manipula o produto, principalmente sem viseira, eluvas adequadas, corre sério, e iminente risco de lesão ocular, e sérias alergias dermatológicas.
Nota-se pela fórmula estrutural do Diflubenzuron, que a substância possui dois anéis aromáticos heterocíclicos, sendo uma extremidade, o elemento químico Cloro (Cl), e na outra, o Flúor (F), o que denota alta toxicidade do Diflubenzuron, como foi de fato revisado pela ANVISA, e incluído na Classe II (alta toxicidade).
Diante do exposto, dever-se-ia buscar outras formas menos onerosas de controle da Dengue, até pelo fato de que existem produtos biológicos, e eficazes no mercado brasileiro, com ênfase inclusive na educação ambiental às pessoas, no controle do vetor. Esses produtos possuem baixo impacto ambiental, não geram resistência e somam risco zero de prejuízo a saúde do trabalhador e população.

Nome do Produto: GALLAXY 100 EC ou NOVALURON

Aplicação: Inseticida de contato e ingestão (benzoiluréia)

IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

Perigos mais importantes: o produto pode ser tóxico ao homem e ao meio ambiente se
não utilizado conforme as recomendações.

Efeitos do Produto:

Efeitos adversos à saúde humana: o NOVALURON pode provocar irritação
cutânea e ocular. Em exposições dérmicas crônicas, pode causar reações
alérgicas.

Efeitos Ambientais: o produto apresenta alta toxicidade para organismos
aquáticos e pode causar efeitos adversos em longo prazo no meio aquático.

Perigos específicos: não há outros perigos relacionados ao produto.

Principais Sintomas: o produto pode provocar irritação ocular e dérmica. Pode ser
perigoso ao ser humano, porém não são descritos sintomas específicos. Qualquer
sintomatologia após a exposição ao produto pode estar relacionada a intoxicação. A
ingestão de grandes quantidades do ingrediente ativo pode provocar metahemoglobinemia.




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Ivaldo Cavalcante Junior
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Editado pela última vez por Ivaldo Cavalcante Junior em 22.08.2012(Qua)14:59, em um total de 3 vezes.



06.06.2009(Sáb)16:39
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Ivaldo, o motivo para a troca do inseticida é que depois do uso de um mesmo princípio ativo para o combate de uma praga ele acaba "perdendo" o efeito, pois há uma seleção de uma linhagem de pragas resistentes ao produto, esse tipo de rotação de princípio ativo é utilizado no controle de parasitas (endo e exo) nos animais, de mosquitos e até pragas da agricultura.

Esse rodízio não pode ser feito trocando-se o produto usado e mantendo-se na mesma família de princípio ativo, tem-se que utilizar outra família para que haja efeito.

Abraço.

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Abraços, Bode (Eduardo).


06.06.2009(Sáb)17:26
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Justo, mas pelo que tenho visto, ainda não houve essa "seleção" dos mais resistentes e nem teve perda da ação do inseticida nem do princípio ativo.

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Ivaldo Cavalcante Junior
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06.06.2009(Sáb)18:03
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Infelizmente em Maceió, tem acontecido essa "Resistência" e no momento o inseticida foi trocado. Segundo informações, o uso do Diflubenzuron torna enviável a reprodução do Aedes aegypti, ao contrário do Temefós, que mata a larva.

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Ivaldo Cavalcante Junior
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18.09.2009(Sex)15:20
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