Pessoal, sempre foi uma dificuldade, principalmente para os novatos, saber o dia certo para coletar sementes de Droseras. É também complicado saber o dia de arrancar a haste, uma vez que cada cápsula amadurece num dia. Em D. capensis ou burmannii, por exemplo, as mais de 25 cápsulas que se formam amadurecem com grande diferença de dias de forma que quando as últimas amadurecem as primeiras já liberaram suas sementes faz tempo diminuindo a quantidade coletada e "contaminando" vasos e bogs vizinhos.

SEUS POBREMAS SE ACABARAM-SE !! Recentemente tive uma idéia para coletar sementes com perda reduzidíssima, sem o perigo de ser tarde demais e sem o risco delas virarem "praga", dando uma mão na roda pra quem sofre com esses problemas.

Provavelmente outros já devem fazer isso pois é bem simples e lógico, mas nunca vi falarem ou mostrarem aqui no fórum, então não custa nada mostrá-los.

A idéia é a seguinte:

Primeiramente ficamos de olho nas primeiras cápsulas formadas, as da base da haste. Quando ela já estiver amadurecida, perto de ficar seca mas antes de secar e começar a liberar as sementes você deve colher a cápsula individualmente, sem cortar a haste. O resto da haste permanece lá com as cápsulas amadurecndo uma a uma. Quanto mais próximo ao dia que ela secaria, melhor. Saber o dia certo de retirar a cápsula é a parte que devemos ter atenção. Não é difícil saber, basta ver quando ela já não está mais molinha e o seu tom de verde está começando a escurecer. Depois vou tentar tirar fotos de cápsulas no ponto certo pra ilustrar o que estou dizendo.

Depois, basta colocar essa cápsula num recipiente seguro mas aberto para secar. Em 24 horas a cápsula seca e libera as sementes ali mesmo. Eu usei como recipiente uns tubinhos do tipo Eppendorf. Tem funcionado mas tenho medo do vento levar parte das sementes embora.

Essa técnica é simples e lógica mas tem sido de grande valia quando preciso coletar sementes de espécies chatinhas e que produzem poucas cápsulas e sementes. Também tem eviado que se formem tapetes de D. burmannii nos bogs onde estão germinando outras espécies.

Aqui, os tubinhos abertos com cápsulas (não estão visíveis) secando



Aqui, uma haste de D. capensis "red" onde estou usando esse macete. Note que enquanto já tirei várias cápsulas na base, no alto ainda tem flor acabando de se abrir. Se eu ainda estivesse esperando ela amadurecer, todas essas que já colhi estariam liberando sementes ao vento.



É isso pessoal. Espero que isso seja útil!

Vlw Graco! Boas dicas!
Abs!

P. S.: Fotos GRAAANNDES DEMAAAIS!

hahaha, meu artificio é diferente e dá certo tb, eu corto a haste por completo e coloco a parte de baixo em um pote com agua e com o tempo as flores vão abrindo e por baixo eu coloco uma folha branca onde as sementes vão caindo e depois de tudo seco é só dar umas batidinhas até cairem todas as sementes.

Funciona também.

Idéias interessantes, você chegaram a verificar se as sementes
produzidas com esses métodos germinam como as deixadas na hastes?

As minhas deixo nas plantas, corto somente os frutos já abertos.
Para isso valer a pena vale salientar que minhas plantas quase não pegam vento.

Para controlar as utricularias e droseras extremamente prolíficas e poten-
cilmente invasoras eu corto as hastes e jogo fora.

Saaaaaaaii subulata que esse vaso não te perteeeeence!!!
(com a voz do Mundo Canibal)

Carlos, percebi que são férteis porém uma pequena parte delas sai "nanica", menor do que deveria ser e essas não sei se germinam. Acho que a fertilidade das demais não deve ser afetada quando corto a haste pouco antes dela se abrir. Se retirar com o fruto ainda amadurecendo é que deve complicar. Quando retiro, a cápsula tá prontinha, já iniciando o ressecamento para se abrir.



Controlar é o de menos e esse não é o problema. O problema é quando se quer coletar sementes tendo "rendimento" melhor e ao mesmo tempo evitando as praguinhas.

Na verdade, no meu caso, nem mesmo as praguinhas são problema. D. burmannii aqui, de uma única haste que passou despercebida, se espalhou como louca. O que fiz foi criar um bog exclusivo pra elas, um verdadeiro berçário, para onde transferi as invasoras e à medida que vão crescendo vou individualizando em vasos e vendendo.

Aí está uma das unidades do BBF -> Bercário Burmannii Feliz. Note que tem D. spatulata no meio transferida por erro meu.



Obs. Sei que provavelmente vocês nunca viram tanta alga na vida. Por ser provisório, Não tratei esse substrato e o fato é que os seedlings até agora nunca foram afetados, crescendo em velocidade espantosa. Com pouco tempo vão pro vasinho definitivo e lá, sim ponho Dithane no substrato.

Olás!

Ótimo aproveitamento, só cuidados com as terríveis utricularias.

Um abraço.

Affe.. to revoltado com as burmannii..
Poxa sempre que tento cultiva-las, mais morrem por excesso ou falta de sol..
Enquanto fico sofrendo aqui, vc fica brincando com seedling hein.. Parabéns pelas Burmannii e sucesso no cultivo

Nildo, sei que o que vou falar aqui pode deixar muitos aqui com raiva, mas certa vez, por falta de espaço, tive até que eliminar um grupinho de seedlings delas...

Carlos, Não tem Utrics aqui em casa. Talvez você tenha pensado que as hastes no canto direito superior sejam elas, mas na verdade são tentativas de propagação via haste floral de D. capensis, D. capensis "red", D. spatulata e uma Dionaea. Na natureza nada se perde...

O que começou como um berçário acabou virando um teste.

As plantas desse bog são todas netas e filhas de D. burmannii com a tal mutação. A maioria delas até agora está normal mas algumas poucas, marcadas com setas vermelhas, já estão apresentando a característica.

Bonitas e saudáveis.
Parece até um canteiro de alfaces de tão viçosas que estão.
Parabéns pelo cultivo!
Abraço.