Acredito!

Como diz a música...
"Tudo que eu queria dizer
Alguém disse antes de mim
Tudo que eu queria enxergar
Já foi visto por alguém
...
Tudo que eu queria fazer
Alguém fez antes de mim
Tudo que eu queria inventar
Foi criado por alguém
..."

Fala Fernando,



Eu sei uai, et tb já conhecia as outras. O que eu quis dizer foi que nem eu nem ele conhecíamos aquela população em específico e por isso que foi ainda melhor ver aquelas plantas, já que essa população é mais isolada (entre uma e outra).



Valeu!


É que entre as tricophylla e repens e o chamdo da olivacea não sobrou muito tempo pra ver as communis com calma. Rsrs. E logo eu que adoro essa espécie. rs



Ah mais isso é pq isso eu só vou falar depois das fotos do segundo dia, pq nele tb tem nova ocorrência!



Foi incrível mesmo. Outra coisa que me impressionou foi o tamanho reduzido das plantas em contraste com o tamanho da população. Havia algumas grandes, mas a maioria estava pequena, diferente de outras populações que vimos.
E essas em cima dos líquens!



Pra mim tb! O objetivo era não objetivar um objeto! rs

PHD, mas é mesmo. Existem comunidades rupestres que incluem várias familias, em ambientes de altiude, que se não se basearem nessa umidade (especialmente durante o inverno) não sobrevivem e evoluíram nesse meio.
Um exemplo bom pra isso são as Tillandsias que crescem nos fios de alta tensão e telefone. Antes que façam a piada de que elas vivem de eletricidade ( ), já digo, elas vivem do ar!

Tem uns trabalhos de sucessão de vegetação sobre rocha que mostra a "evolução" do processo de formação de moitas em rocha nua. O primeiro passo é a entrada de uma espécie (a que eu conheço é um Pleurothalis) que vive de umidade ambiente, daí o resto é sucessão.
Com relação às Drosera é só se basear nas plantas ao redor delas que vivem sob as mesmas condições e que já se sabe que fazem isso (tirar umidade do ar). É uma adaptação ecológica que não escolhe táxon.

Estou colaborando em um trabalho de descrição de comunidades que inclui Drosera e um dos pontos é esse. Identificar as espécies que fazem isso e usar como um dos pontos a se colocar como característco da comunidade. Nesses locais as utrics somem no inverno, pois nestas fica dificil imaginar, dentro do que se conhece de morfologia do grupo, uma forma de perseverar atraves da absorção de umidade o ambiente. Como elas não fazem isso, as que resistem o fazem através de órgaos de reserva. Já Drosera é perfeitamente concebível.

Esse assunto é muito empolgante!

Abraços.



Valeu!

Olá Nilber,



Bom, lembre-se q as "novas" ocorrências de domingo nos na verdade já sabiamos que existia... ;) Só faltava fazer o registro oficial!



Realmente, mto pequenas!


Abs, Fernando

Olá pessoal,

Minha vez de mostrar as fotos do primeiro dia. Como vcs verão, mtas fotos são parecidas, mas vale a pena mostrar e discutir um pouco...

Como disse bem o Fernando, no primeiro dia nosso objetivo foi andar sem rumo por regiões ainda inexploradas por pcéfilos, a fim de encontrar novas populações e ocorrências, quem sabe.
Começamos explorando essa região incrível, a aproximadamente 1200 metros de altitude na parte sudoeste da serra.
Fernando e a paisagem


Depois de passar por uma região perigosíssima com samambaias assassinas devoradoras de gente que quase pegaram o Nílber...


Que, por sorte, foi salvo pelo Fernando...


Nosso primeiro desafio foi cruzar esse rio sem molhar as meias , afinal, ninguém queria ficar com bolhas nos pés e perder a exploração no dia seguinte...


O Fernando, claro, foi na frente:


A região parecia realmente bastante propícia à ocorrência de carnívoras, em especial nos campos rupestres, fisionomia predominante na serra:


Algumas das plantas mais comuns na região:
Vellozias


E sempre-vivas (Paepalanthus sp. - Eriocaulaceae)

Além das carnívoras, que vou mostrar depois...

E, além das plantas comuns, encontramos umas beeeeem incomuns tambem, como essa parasita de raízes, Langsdorffia hypogaea (Balanophoraceae), que estava florida:
Esse era um indivíduo masculino:






Close das flores


Essa é uma planta fascinante, que só é vista quando florida, uma vez que ela vive dentro da planta parasitada.

Mas, é "não-carnívora, next"...

Seguimos explorando e chegamos a esse lugar incrível








E encontramos umas carnívoras bem interessantes nas margens.

Chegou a hora de falar delas, eñfim...

Começando da segunda praga das pragas (perdendo apenas para sua companheira em amarelo, U. subulata), Utricularia gibba.
Essa sp. aquática nem é tão comum assim no Cipó, sendo mais comumente observada em pequenos represamentos de riachos de leito arenoso na parte baixa. Aqui, na parte alta, ela também ocorria nesse tipo de ambiante, só que entre rochas. Nada de especial, então next...
flor


utrículo


Utricularia amethystina é outra espécie comum na serra e pudemos observar, só nesse dia, três diferentes morfotipos, dos quais apresento um deles, o menor e com flores bem levemente rosadas.


Essa espécie tem um comportamento anual e ocorre principalmente em brejos estacionais ou às margens de riachos estacionais, morrendo no período mais seco e voltando, das sementes, no início das chuvas.

Outra espécie com esse comportamento é Utricularia simulans, que já estava sem flores nessa época. O detalhe mais interessante dessa espécie é, sem dúvida, as sépalas e brácteas fimbriadas, que lembram um pouco uma armadilha de Dionaea

Continuando em Utricularia, também vimos U. pusilla, com seus escapos mucilaginosos


E sua parente próxima, U. triloba


Continuando nessa turma amarela/Setiscapella, encontramos U. trichophylla, uma nova ocorrência para a serra, que, como disse o Fernando, já tinha sido observada antes, porém não coletada para herbário.... que feio...
Ela ocorria no mesmo local que U. gibba, em represamentos de riachos em meio a rochas:


As flores normais são amarelas...


Mas também vimos alguns mutantesinhos com flores brancas




O que é relativamente comum nesse grupo de flores amarelas.

Fechando Utricularia, merece menção essa descoberta que fizemos, U. olivacea, também coletada pela primeira vez nessa região.
Minhas fotos não ficaram tão boas quanto as do Nílber, infelizmente, mas posto uma aqui, mostrando quão pequena é essa espécie se comparada a U. gibba.

A Serra também está bem servida de espécies de Genlisea, e pudemos observar cinco das seis (?) espécies registradas para o parque (apesar de que duas delas não constam na flora oficial).
A primeira é a belíssima Genlisea aurea, com suas enormes rosetas muilaginosas:


E flores douradas, das quais fico devendo fotos...

Também vimos Genlisea repens, ocorrendo tanto como terrestre como aquática onde tbm observamos U. gibba.
Flor


fruto

como aquáticas, elas creciam entre as raízes das gramíneas, em meio a colônias de algas e foi possível remover uma delas com os rizofilos (armadilhas) intactos:


Detalhe das ampolas, onde os protozoários e outras presas capturadas são digeridas:


Por fim, tambem vimos G. violacea, ocorrendo em solos turfosos mais ao norte.




E G. sp. 'Cipó', uma espécie aparentada com G. uncinata, endêmica da Chapada Diamantina, na Bahia, da qual difere pelo esporão (cálcar), que é reto (na espécie baiana ele é curvado, ou uncinado, o que dá o nome a ela) e outras coisinhas mais...


Por hora é só... as Droseras vem depois...


Abs,
Paulo

Olá pessoas,

as imagens estão muito boas, acho que vou montar um pequeno livreto com imagens e nomes para servir
como guia em outras saídas a habitats, essas utricularias amarelas todas são de dar nó

Fiquei a pensar na história das D. chrysolepis e a umidade, vou começar a manter fora da bandeja e ver o que acontece, talvez borrifar.

Ah, genlíseas sensacionais, G. sp. 'Cipó' tem folhas de que formato?
Eu ia pedir umas dicas de polinização de G. aurea mas não sei como estão com o cultivo desse gênero no momento,
já que estão cada vez mais parecidos com o Fernando, logo logo vão atravessar rios sem verificar a profundidade
e passear pelos campos em dia de sol protegidos por guarda-chuvas.

Um abraço.

Nossa galera!! Muito show essa viagem!!

Parabéns pelas fotos!! Ainda tem mais pra postar?!!

Abração