Olá pessoal,

Como essa é a parte 1, vou contextualizar vocês...

A Serra do Cipó localiza-se na parte sul de uma grande cordilheira, a Cadeia do Espinhaço, que se estende de Minas à Bahia. O Acesso à Serra está, em grande parte, no município de Santana do Riacho, no distrito de Serra do Cipó (que, antigamente, era chamado de "Cardeal Mota") e fica cerca de 100 km norte de Belo Horizonte. Por causa da grande diversidade e endemismos (especialmente vegetais), parte da área da serra é protegida por um Parque Nacional.
Dito isso, vamos à história....
A história dessa viagem começa no Congresso de Botânica que tivemos esse ano aqui em SP. Nele, tive a oportunidade de conhecer a Carol, aluna de mestrado do Prof. Vitor Miranda na Universidade de Mogi das Cruzes e estuda a Filogenia de Utricularia, com base em dados moleculares e morfológicos. Na ocasião, ela me informou sobre a possibilidade de haver uma vaga numa viagem para a Serra, com uma aluna de mestrado do meu orientador (na USP) e uma doutoranda, também do nosso laboratório. Dias depois, essa chace se confirmou.
Fomos para lá num domingo (11/Out), foram 9 horas de viagem a partir de SP, chegamos bem tarde e cansados, mas pudemos apreciar a bela paisagem ao redor do alojamento onde ficamos:


E um pouco da fauna também




No dia seguinte, acordamos cedo e começamos a explorar.
Aqui, o Rio Cipó, o responsável pelo nome da serra, formado pela união do Ribeirão dos Mascates (vejam a parte 3) e o Ribeirão Gavião.


No primeiro local que paramos, algumas plantas interessantes, a maioria das plantas estava em floração:
Calliandra sp. (Fabaceae - Mimoisoideae)


Uma possível carnívora, Paepalanthus bromelioides (Eriocaulaceae)


E uma bela Iridaceae, Trimezia juncifolia




Uma flor mutante!


Mas nada de PCs por ali...
Numa outra parada, bem longe dalí, finalmente as primeiras PCs.
A primeira, Drosera hirtella var. hirtella, crescendo num barranco bastante seco e que sofreu com as queimadas durante o inverno...


Junto de Drosera communis


Mais abaixo, na beira de um riacho seco, Drosera tomentosa var. glabrata






Um pouco mais a frente, um Paepalanthus sp. iniciando floração


E na beira do riacho, num tufo de gramíneas, Utricularia tricolor


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Continua

Saimos dali e fomos para um outro local bastante famoso, as Vellozias gigantes.
Na trilha, muitas coisas interessantes:
Uma Ochnaceae


Vejam as brácteas, cobertas por tricomas grudentos:


Uma protocarnívora!?

Mais adiante, Cambessedesia sp. (Melastomataceae)


Além de Paepalanthus bromelioides


As Vellozias gigantes são realmente gigantes! Foram milhares de anos para que atingissem o tamanho atual


Algumas pequenas Vellozias estavam floridas:


Barbacenia sp.


Alcantarea sp. (Bromeliaceae) !?


Uma vista muito bela, mas nada por ali...




Mais uma Melastomataceae muito bonita


E uma muito interessante, recoberta por tricomas que, neste caso, não servem para capturar insetos, mas sim a água presente no ar







Mas, quem sabe, não seja uma protocarnívora também...

Continua abaixo

Longe dalí, num outro ponto, um local bem propício
Prostechea sp. (Orchidaceae)


Além de um lagarto


Andando mais um pouco, eis que me deparo com...


Um pequeno e belo grupo de Drosera chrysolepis




Alguns closes das folhas, de uma coloração incrível!








Frutos secos


E uma foto ao lado dessas maravilhas


Continua na parte 2, com muito mais Droseras!

Abraços,

Piu bello! Quanta cores e força têm as plantas e flores deste lugar!!!
Boas fotos também.

Havia muitas chrysolepis ou aquele foi o único spot?

Ah, vejo que estava usando caneleiras. Essencial! Particularmente não tenho muita coragem em aventurar sem esse acessório que julgo indispensável. Quantas histórias já ouvi de Bothrops Jararaca imperceptíveis...

Agora não entendi uma coisa. Você começou com a parte 3, foi pra parte 1 e só depois virá a parte 2???

Abraços

Fantástico. chrysolepis é demais!
Que inveja branca incrível!



Maldito dia que resolvi que não daria pra ir. Os último não me renderam tanto quanto isso!

Pelo menos agora quando formos vc já vai saber onde nos levar pra ver as plantas!

Marcou o lugar?

Parabéns!

Abraços.

Olá, Nílber e Rafael,

Esse foi o único local onde achei D. chrysolepis. Apesar de parecer fácil de achá-las, não é não, como o próprio Fernando disse...
A população delas era bem pequena nesse ponto, cerca de 20 indivíduos.


Sim, sem dúvida!


Pois é... não costumava usar, mas o pessoal que estava comigo adorava dizer que esse ponto era onde mais tinha serpentes na Serra, que já tinham visto surucucú por lá... etc etc... no fim, acabei cedendo e coloquei perneira, mas aquilo atrapalha demais...

Parte 2 saindo do forno já já...
Aliás, como sou chato... deixei todas as coisas interessantes (exceto chrysolepis, of course) pro final... hehehe

Abraços,

Incrível Paulo,

aí está um local ond me faltariam cartões de memória e pilhas, orquídeas, eriocaulons, bromélias e droseras...
as plants que mais gosto em seu ambiente natural, incrível. Fiquei sem palavras ao ver essas Drosera chrysolepis, ela é muito diferente das droseras que costumo encontrar, à excessão talvez das pequenas Droseras grantsaui (por sinal aquelas tuas estão bem bonitas, cinco indivíduos com tamanho de cabeça de fósforo). Essa imagens de mobilizaram a trabalhar mais "forte" na dissertação para ser liberado o quanto antes e assim viabilizar uma ida a Minas, que pelos meus cálculos pode ocorrer na metade do próximo ano. Caso tudo ocorra como o esperado (depositar, defender, corrigir, publicar, voltar a trabalhar...).

Novamente obrigado pelas imagens.

Ah, esse lagarto é da mesma espécie daqueles que faziam a coorte (ou côrte?) no outro tópico?

Fala Carlos,

Quase tive um infarte quando a memória da máquina acabou!!!
Ainda bem que tinhamos um laptop conosco!!!

Drosera chrysolepis era a planta que eu mais queria ver nessa viagem (espécies novas que nada!!!). E confesso, ela é muito mais bonita ao vivo do que imaginava! Espero vê-la de novo logo!
Mas me apaixonei por outra nessa viagem...


Acho que não, mas não posso afirmar com certeza... vai que é mais um daqueles problemas taxonômicos...

E vê se termina esse mestrado logo, pra gente fazer uma grande expedição pra Minas!

Agora sim, vou acabar com tudo isso e escrever a esperada Parte 2!

Abraço,

Poxa, quero ir pra campo com vocês! Por favor, estou me convidando, mas REALMENTE gostaria muito de fazer isso!!

Grande abraço!

Oi Paulo,



Vixe!!! Espero que seja outra Drosera.... ;)

Abs, Fernando Rivadavia