Aqui a segunda e ultima parte do meu relato de Ibitipoca.
De todos os lugares maravilhosos do parque, o Pico da lombada é meu preferido. As pessoas geralmente o odeiam porque é uma subida interminavel seguida de uma descida interminavel quebra-joelho. não tem arvores pra fazer sombra a maior parte do caminho e nehum curso dagua mais copioso. O ambiente é arido e nada aconchegante. MAS é um dos 3 lugares que ja conheci que considero mais fantasticos em termos de possuir uma espécie de carnivora fantastica e em apresentações exuberantes! Os outros dois são Grão mogol com suas Drosera graminifolia gigantes, enfileiradas aos milhares por centenas de metros, e o Parque estadual do Rio preto com seus campos de Genlisea violacea a perder de vista.
Mas chega de bla bla bla e vamos ao que interessa.
A subida da lombada começa a aproximadamente 1.400 mts de altitude, em meio a uma formação de cerrado rupestre de Candeias. É um ambiente mais sombreado propicio a orquidaceas, onde podemos encontrar Zygopetalum brachypetalum, Eltroplectris calcarata, Oncidiuns warmingii e donianum, Anacheilium vespa, allemanoiedes e allemanii. Pleurothalis prolifera dentre outras.



E essa outra melastomatacea de flores gigantes e cor muito forte

Quando chegamos a aproximadamente 1500 metros, aparecem grandes concentrações de vellozia, e orquideas rupestres tais como Maxilaria madida e Hoffmansegella crispata, bem como algumas bromélias.

Um pouco depois disso começam a aparecer as primeiras PCS, quando temos agua que brota do solo junto ao quartzito e a turfa, mesmo na epoca da seca.
Aqui as D. tomentosa var. glabrata, em lindas apresentações, ainda molhadas do orvalho da noite.





Proximas a Elas, algumas Drosera villosa ainda não mostrando toda a beleza.


Uma visão da paisagem ao fundo, com a pedra do Gavião (1550 mts)

Continuando a subida, mais Orquideas apareceram

Habenaria sp.


Oncidium gracilis
A 1.600 metros começamos a ver Bogs bem grandes a beira da estrada. Sinal de agua perene e de boa qualidade.



E foi uma surpresa achar D. villosa crescendo DENTRO dos bogs, somente com as folhas mais altas para fora da almofada de musgo! Mas da pra ver que não estavam muito felizes com a situação, crescendo mais pobremente. Provavelmente houve um aumento na umidade do local e o musgo cresceu encobrindo as plantas.



uma visão do Pico do Pião (1724 mts) uma montanha quase gemea à Lombada.

Mas a minha maior surpresa foi quando chegamos aos 1700 metros. Ja havia passado pela lombada muitas vezes no passado, e fiquei 3 anos sem passar pelo local. Desta vez fiquei de cara ao ver que a quantidade de D. villosa havia aumentado MUITO. Este habitat mesmo proximo ao pico era de apenas alguns individuos mirrados, mas desta vez estavam aos milhares na beirada da trilha! Plantas grandes, de cor muito pronunciada e lindas folhas eretas! Um dos habitats mais bonitos que ja vi.








No pico da lombada, achei esta pequena utricularia amarela.


Passando o pico, a apenas algumas dezenas de metros, me deparei com um pequeno mas interessante habitat de
Utricularia laciniata, D. tomentosa e algumas poucas D. villosa.





A descida da lombada em direção a janela do céu é arida mas muito bonita


Lavoaisiera

Maxillaria fernandeziana

Oncidium donianum

Sinningia defoliata
Descendo para aproximadamente 1500 metros, achamos a cachoeira da Janela do Céu.
O nome é auto-explicativo


O Cânyon cavado pelo rio vermelho, que cai na janela do céu
é um dos lugares mais paradisíacos que eu conheço. As paredes dele estão virtualmente cobertas cada cm por Utricularia reniformis e U. pubescens. você acha até D. villosa crescendo em alguns lugares, com baixíssima luminosidade. Fora isso milhares de plantas, orquideas e tudo que você puder imaginar!


U. pubescens

Octomeria grandiflora


Exuberante Scuticaria hadwenii.
Saindo da Janela do Céu e passando pela cachoeirinha, avistamos grandes quantidades de U. neottioides crescendo em seu tipico habitat: pedras dentro de rios.


Ja descendo a Serra entre a montanha da Lombada e a montanha do Pião, Avisto mais D. tomentosa var. glabrata.





Cachoeira do cano furado.
A beira de um regato que atravessava a trilha, tive mais uma surpresa: Drosera communis, a primeira vez que vejo delas no parque. Cresciam sombreadas, logo as folhas eram bem lassas e as plantas esverdeadas.





Então foi isso o que vi desta vez em Ibiti. Como sempre reitero: Pcéfilo TEM que ir pra la uma vez na vida que nem os muçulmanos tem que ir a meca. não existe lugar mais didatico e bonito pra aprender sobre como Pcs vivem.
Espero que tenham gostado das minhas andanças nessas ferias. Meio do ano e ano que vem tem mais.
Um abraço
Adilson
(eu encostado na pedra-altar de sacrificios no topo dos 1784 mts da lombada)
