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Serra do Cipó- Terceiro Dia http://www.plantascarnivorasbr.com/forum/viewtopic.php?f=27&t=3757 |
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Autor: | Vitor Albuquerque [ 06.09.2008(Sáb)6:56 ] |
Título: | Serra do Cipó- Terceiro Dia |
Olá pessoal, Continuando a viagem... No terceiro dia, acordamos bem cedo como sempre, as seis horas da manhã, nos arrumamos e pé na estrada. Fizemos a divertida trilha de três quilômetros do alojamento até a cidade. Chegamos a tempo para pegar o transporte Serra acima mas o motorista do ônibus passou direto sem hesitar nos deixando em apuros.... Não podíamos esperar mais três horas enquanto o dia acabava. Nós queríamos fechar a Serra com chave de ouro! Então saímos pela cidade procurando alguém que pudesse levar a gente lá em cima. Chegamos até a cogitar a possibilidade de subirmos um por um na garupa de um motoqueiro...rsrsrs Por fim, depois de algum tempo insistindo nessa idéia, encontramos um cara com um Chevette bem velho que se propôs a nos levar até a nossa trilha. Esse é o mesmo lugar que nós fomos no primeiro dia mas com a intenção de ir bem mais adiante explorando e procurando a terceira população de D. sp. Cipó. Logo nos primeiros 100 metros encontramos algumas populações bem interessantes de D. tentaculata. Elas ficavam bem na beirada da trilha. ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Autor: | Vitor Albuquerque [ 06.09.2008(Sáb)6:57 ] |
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Descendo um barrando ao lado encontramos uma região um pouco mais úmida onde muitas D. camporupestris e D. chrysolepis cresciam lado a lado, um acontecimento raro. D. chrysolepis ![]() D. chrysolepis ![]() D. chrysolepis ![]() D. chrysolepis ![]() D. camporupestris ![]() D. camporupestris ![]() D. camporupestris ![]() Nesse ponto também cresciam Drosera tentaculata, D. tomentosa var. glabrata, e D. hirtella. |
Autor: | Vitor Albuquerque [ 06.09.2008(Sáb)6:57 ] |
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Depois dessa parada inicial nós voltamos à trilha e andamos muito. O sacrifício foi totalmente recompensado quando chegamos à terceira e última população conhecida de Drosera sp. 'Cipó'. Todas as três populações eram muito pequenas e frágeis. Com certeza essa espécie está no topo da lista das Droseras mais raras do Mundo, se não for a mais rara! Paulo, Nílber e Eu entramos para o pequeno grupo de 5 ou 6 pessoas que já a viram ao vivo! No começo confundimos uma forma minúscula de Drosera chrysolepis com a sp. Cipó. Essa forma de Chryso era muito parecida com a Cipó mas depois percebemos que elas podiam ser claramente distintas pelo formato da folha: na D. chrysolepis o pecíolo e a lâmina são bem diferenciados enquanto que na Cipó os dois são contínuos. D. chrysolepis ![]() D. chrysolepis ![]() A planta mais linda que nós vimos de D. sp. Cipó. Esse caule é enorme em relacõa aos outros que vimos. ![]() D. chrysolepis ![]() D. chrysolepis ![]() D. chrysolepis ![]() D. sp. Cipó MG] ![]() D. chrysolepis ![]() D. sp. Cipó ![]() D. sp. Cipó ![]() |
Autor: | Vitor Albuquerque [ 06.09.2008(Sáb)6:58 ] |
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D. sp. Cípó ![]() Chryso e Cipó crescendo juntas ![]() Além delas duas havia ainda Drosera tentaculata e algumas Drosera sp. Shibata. Todas as quatro raríssimas em cultivo. A D. sp. Cipó por exemplo nem foi introduzida ainda. Drosera tentaculata ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Autor: | Vitor Albuquerque [ 06.09.2008(Sáb)6:59 ] |
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![]() ![]() Essa população era incrível! ![]() ![]() Esse habitat fez valer a pena todo o esforço da caminhada. E o melhor de tudo: ainda não havia acabado. Como nós saímos cedo e andamos rápido, ainda tínhamos bastante tempo para mais uma bela explorada. Continuamos andando muito nessa trilha imensa. Cem metros depois já encontramos uma população de Drosera camporupestris e Drosera tentaculata com plantas bem grandes e bonitas mas infelizmente não pude tirar fotos ali. Eu queria economizar memória porque só tinha um cartão pra toda a viagem e só estávamos na metade. No caminho paramos para ver um habitat com D. tentaculata, D. camporupestris e D. tomentosa var. glabrata. ![]() ![]() ![]() |
Autor: | Vitor Albuquerque [ 06.09.2008(Sáb)7:00 ] |
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Então cotinuamos o caminho e encontramos o último ponto do dia: mais uma nova população de Drosera sp. Shibata, Drosera chrysolepis e Drosera tomentosa var. glabrata. Haviam plantas bem grandes e crescendo lado a lado. ![]() Paulo e Nílber, postem suas fotos! A Serra do Cipó é um lugar fantástico que eu estava tentando conhecer desde junho do ano passado. Toda a espera valeu a pena e as outras três tentativas frustradas foram compensadas. Esse foi o lugar mais bonito que eu já conheci: ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() Ainda estávamos no meio do caminho de volta e o Sol já estava partindo. Só saímos do campo quando realmente não dava mais pra adiar. ![]() ![]() Após três dias de longas caminhadas, encerramos a primeira etapa da nossa viagem num restaurante muito agradável com uma boa comida mineira. E é claro que a cachaça não podia faltar! ![]() Depois disso, pegamos a trilha e atravessamos o rio a noite, eufóricos com o sucesso da viagem, uma verdadeira aventura. A expectativa do que ainda nos aguardava em Diamantina era enorme, afinal mal podíamos esperar pra conhecer as incríveis Drosera graminifolia e Drosera schwackei. Vocês verão!!!!!! ![]() Abraços, Vitor Albuquerque |
Autor: | Carlos Rohrbacher [ 07.09.2008(Dom)0:35 ] |
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Olá Vitor, relamente incrível essa expedição de vocês. Vou tecer comentários sobre cada espécie, já que você, sabiamente, esteve atento ao qua mais interessa, as belíssimas droseras do Cipó. ![]() Eu fiquei intrigado com as diferenças entre as D. tomentosa e a D. tentaculata, já havia visto imagens do Paulo e do Nilber e as D. tentaculata são plantas das quais só percebo diferença das D. tomentosa pelos os tentáculos mais longos nas extremidades das folhas ... ... é só isso mesmo? Das flores não adianta comentar, tem que ser aspectos mais óbvios, sou reconhecidamente um péssimo identificador de plantas. A D. sp. 'Cipó' é algo de estranho, como pode uma espécie ser assim tão rara? Alguém teve coragem de fazer herbários dela depois do Fernando? Alguma imagem de flor, mesmo que desfocada? E o solo, 'seco'? D. chrysolepis e D. camporupestris foram apresentadas como plantas de diferentes habitats, o que foi reforçado pela 'raridade' de encontrá-las juntas. Podes descrever melhor o habitat da D. chrysolepis para mim? Consegui germinar duas pequenas essa semana e quero ver se mantenho o substrato de modo mais adequado para elas. Tenho pensado em adicionar mais areia ao substrato e usar vasos mais altos. Obrigado pelas imagens, estou cada dia mais convencido de que devo voltar a Minas. Um abraço. |
Autor: | Fernando Rivadavia [ 07.09.2008(Dom)3:35 ] |
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Hello pessoal, Parabens Vitor pelas lindas fotos. Amei a foto dos paepalanthus ao anoitecer!!! Uma pergunta: o local onde D.chrysolepis e D.camporupestris ocorriam juntas era no início da trilha, antes das D.sp.Cipo??? Sobre D.sp.Cipó, tem aquelas 3 populações q vcs viram e eu conheço mais uma população isolada, menor ainda (com umas 10 plantas apenas), crescendo lá pros lados da Serra Morena. Óbvio que devem haver mais, mas não sào fáceis de achar. Mas mesmo achando outras, esta espécie provavelmente continuará sendo uma das espécies mais raras e pouco abundantes do mundo. Mas será?? Deixa ver... tô lembrando de algumas espécies q são conhecidas de uma única montanha ou poucos locais isolados, mas mesmo estas são localmente abundantes. A mais rara e pouco abundante q consigo lembrar é D.solaris, recentemente descrita de uma única população pequena numa montanha na divisa entre Brasil e Guyana. De qq forma, eu achei D.sp.Cipó após ver uma coleta de herbário na USP e andar MUUUUUITO (e em várias viagens ao Cipó) por aquela regiào onde eventualmente encontrei as 3 populações. Na USP tinha tbm alguns slides mostrando esta planta com flores. Mas não sei onde estes slides foram parar. Paulo, fale com teu orientador e veja se vc consegue descobrir onde estão, mas pode ser q nossa "amiga" deu uma sumida neles... Ah Vitor, realmente é um pouco difícil diferenciar D.sp.Cipo de D.chrysolepis pequenas, mas vc acertou na mosca qto ao formato da folha. Aquela população de D.tentaculata enorme é realmente fantástica e eu pretendia usar plantas de lá como o holótipo p/ a espécie. Mas daí eu fiz umas coletas "perfeitas" em Diamantina, com flores lindamente preservadas e acabei usando estas, hehehe! Carlos: a maior diferença da D.tentaculata sao os tentáculos mesmo, mas tem outras caracteristicas menores. Se não tiver, eu te mando meu artigo descrevendo tudo (e pra quem mais quiser). E sobre flores de D.sp.Cipo, eu nunca vi abertas exceto nas fotos da USP mencionadas acima. Eu nunca havia visto D.chrysolepis e D.camporupestris crescendo juntas, os ambientes geralmente sao diferentes mesmo (com D.chrysolepis preferindo ambientes menos úmidos). Citação: Obrigado pelas imagens, estou cada dia mais convencido de que devo voltar a Minas. Ai de vc se ousar voltar ao Cipó por algumas poucas horas de novo!!! Se repetir isso vc vai perder a carteirinha e ser excomungado! Hahahaha! ![]() Abs, Fernando Rivadavia |
Autor: | Paulo Minatel [ 07.09.2008(Dom)18:19 ] |
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Opa, Belas fotos, Vitor! Não esqueça de colocar suas fotos nos outros tópicos! ![]() Pra evitar que uma parte fique numa página e outra parte em outra, vou colocar tudo num post só. Vamos às minhas fotos. ![]() Primeiro, fotos do local onde Drosera chrysolepis e D. camporupestris ocorriam juntas. Fernando - esse ponto é bem antes das populações de D. sp. "Cipó". Carlos - o habitat de D. chrysolepis varia bastante. Geralmente ela ocorre em locais de solo arenoso com pouca matéria orgânica e que secam no inverno, o que as impede de atingir grandes tamanhos (veja fotos do dia 1 e da segunda parte da minha viagem de maio, além das que estão abaixo). Mas elas também podem ocorrer em solos ricos em matéria orgânica e que ficam úmidos o ano todo, permitindo a elas ficarem BEM grandes (veja as fotos da primeira parte da minha viagem de maio e do dia 2 dessa viagem). Apesar de existir a possibilidade de que essa seleção de habitat seja genética (bem como as caraterísticas morfológicas), acredito que seja ecológico, dado o gradiente de variação morfológica associada aos habitats. Esse local em que ambas ocorrem próximas era mais característico de D. chrysolepis. D. camporupestris geralmente ocorre em solos mais úmidos e ricos em MO. A menos distância encontrada entre indivíduos de ambas as espécies foi de menos de 1 metro. D. chrysolepis (acima) e D. camporupestris (abaixo) ![]() Aqui, mais próximos graças a uma ajudinha... ![]() Nesse ponto também ocorriam Drosera hirtella var. hirtella, já reduzidas, se preparando para a seca ![]() Mas o que mais me interessou foi essa plantinha florida ![]() Essa coisinha era ridiculamente pequena ![]() Essa plantinha minúscula era uma Drosera tomentosa var. glabrata ![]() Mais adiante nós encontramos a terceira população de Drosera sp. "Cipó" conhecida nessa região. A princípio bastante difícil de reconhecer, por causa das D. chrysolepis, que estavam bem pequenas nesse ponto, dificultando a distinção, especialmente quando ambas ocorriam lado a lado... ![]() Mas vistas de perto, ambas eram bem distintas. D. chrysolepis ![]() Drosera sp. "Cipó" ![]() ![]() Close ![]() Drosera chrysolepis & D. sp. "Cipó" ![]() D. chrysolepis ![]() Alí também ocorriam D. tentaculata ![]() Flores ![]() ![]() Com D. sp. "Cipó" ![]() Uma parte da grande população, que crescia sobre areia de quartzo seca ![]() E Drosera sp. "Shibata" ![]() Com D. sp. "Cipó" ![]() Mais adiante, em outro ponto, vimos várias Drosera tentaculata e D. camporupestris, todas enormes ![]() Drosera tentaculata ![]() Escapo floral ![]() Notem os tentáculos enromes ![]() Aqui bem visíveis, num exemplar coletado para herbário ![]() Drosera camporupestris ![]() ![]() ![]() Nesse ponto, Drosera tometosa var. glabrata ocorriam do lado de Drosera tentaculata e não vimos nenhum intermediário. Notem que além dos tentáculos, ambas diferem na cor e na espessura e pilosidade do escapo (além de outras características). D. t. glabrata (acima) e D. tentaculata (abaixo) ![]() D. t. glabrata (esquerda) e D. tentaculata (direita) ![]() Continuamos nossa trilha e encontramos algumas coisas interessantes Uma Cactaceae com frutos ![]() Além de uma bela paisagem ![]() E de uma grande população de Paepalanthus giganteus (Eriocaulaceae) ![]() Já no fim da tarde, paramos num último ponto antes de voltar. Nele encontramos: Minúsculas D. chrysolepis ![]() D. t. glabrata (esquerda) e D. tentaculata (direita), de novo lado a lado sem intermediários ![]() E uma nova população de Drosera sp. "Shibata" ![]() ![]() Além das variedades de Drosera tomentosa ocorrendo lado a lado, também sem interemediários D. t. tomentosa (abaixo) e D. t. glabrata (acima) ![]() Por fim, com o sol se já pondo, deixamos para trás a bela paisagem do Cipó, mas sabíamos que ainda não era o fim dessa viagem, pois, a 350 km de BH, essa viagem continuaria a nos trazer mais surpresas. Fim de tarde no Cipó ![]() Paepalanthus giganteus sob o pôr-do-Sol ![]() ![]() E, pra fechar, Vitor, eu e Nílber no Cipó ![]() Abraços, |
Autor: | Fernando Rivadavia [ 07.09.2008(Dom)21:51 ] |
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Belas fotos Paulo! As tuas dos paepalanthus tbm ficaram ótimas! Os tentáculos naquela D.tentaculata na tua mao estao gigantescos! Acho q vamos ter que rever minhas coletas de herbário de D.tentaculata pré-2000 p/ ver se não há D.sp.Shibata misturadas, especialmente desta região da 3a população de D.sp.Cipó... Abs, Fernando Rivadavia |
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