Olás,

Pra começar a narrar a viagem de abril passado, começo pela Serra do Cipó, nossa primeira parada.
Saímos cedo de SP no dia 18 de abril e chegamos cedo em BH graças à enorme economia de tempo possibilitada pelo avião (40min versus 8 horas de ônibus) - valeu Santos Dumont!
Chegando em BH, logo nos dirigimos à Serra do Cipó, que fica pertinho dalí, a apenas uma hora de carro, mas antes, uma paradinha para o tradicional pão de queijo de Minas (dá vontade só de lembrar), com pedacinhos de queijo minas dentro.... hummm


Saciada a fome, encontramos logo uma pousada e partimos para o campo.

Uma das primeiras plantas que vimos foi a suposta subcarnívora Paepalanthus bromelioides (Eriocaulaceae), que de carnívora não tem nada, só a aparência de uma bromélia carnívora, com essa cera nas folhas:


E por falar em Eriocaulaceae, a Serra do Cipó é o paraíso dessa família, com uma diversidade enorme dessas também chamadas sempre-vivas. Elas variam desde plantas bem robustas como essa suposta Paepalanthus sp.:


Até plantinha bem pequenas e curiosas como essa outra suposta Paepalanthus sp. bem peluda:




Mas o que realmente as caracteriza e chama a atenção são as flores, reunidas em inflorescências muito bonitas e chamativas, como nessa suposta Actinocephalus sp.:

Mas nós estávamos lá para ver as carnívoras, então vamos a elas!
Como sempre, as primeiras plantas que vemos são as Utrics, ainda bastante comuns, apesar do clima seco já começar a dar as caras.
Uma das espécies mais comuns no Cipó é Utricularia amethystina na sua forma lilás com flores grandes, que geralmente ocorre em ambientes sazonais, que no verão são bastante úmidos, mas que secam completamente no inverno:






Além dela, sua prima próxima, U. tricolor, também estava em flor. Essa sp. já prefere ambientes que permanecem úmidos o ano todo, como a margem de riachos e brejos. Nessa foto, um polinizador se aproximando da flor (que, infelizmente não chegou a pousar, pq minha câmera acabou assustando-o):


Aqui, as folhas embaixo d’água:


Outra espécie de Utric que gosta desse tipo de ambiente é a pequena U. nana:


Além das Utrics, a Serra do Cipó tem várias espécies de Genlisea, entre elas:
Uma forma bem característica de G. violacea:




Uma espécie nova, aparentada com G. violacea, a Genlisea sp. ‘Cipó’:

Além dessas, também vimos as amarelas G. aurea






Com suas folhas numerosas envoltas por uma mucilagem transparente:


A qual, suspeita-se, sirva como proteção contra o ressecamento, além de proteger contra predadores:


E G. repens, com suas folhas espalhadas:

Um outro grupo bastante interessante da Serra são as orquídeas. Eis algumas delas:
Oncidium spilopterum






Epidendrum sp.




E a belíssima Sophronitis brevipedunculata








Um tronco cheio delas:

Por fim, algumas outras famílias comuns no Cipó:
Bromeliaceae
Vriesea sp.


Outra espécie de Vriesea, ocorrendo sobre Vellozias




Trimezia juncifolia (Iridaceae)


Cactaceae – com algumas orquídeas sobre as rochas




E, fechando, um calanguinho:



As esperadas Droseras virão só na parte 2... hehehe


Abs,

Fala Paulo,

como sempre, ótimas imagens , tenho algumas perguntas:

1) Pretendo manter Utricularia amethystina em cultivo, posso apresentar o mesmo
substrato da Utricularia tricolor, apenas com menor nível de água na bandeja?

2) As folhas da Genlisea violacea e G. sp. 'Cipó' que você mostrou são iguais às
da G. violacea que você me enviou sementes (Couto de Magalhães de Minas)?

3) Essas G. aurea do Cipó diferem muito das 'daqui do sul'?

4) fiquei curioso quanto às plaquetas na última imagem das belíssimas
Sophronitis brevipedunculata, a que serviam?

Aguardo as droseras

Um abraço.

Nossa, mesmo sem as Droseras, já está um show de beleza, como pode um lugar desses ter tudo que é planta que gostamos...
Nossa fiquei imprecionado com a beleza da Sophronitis brevipedunculata, é verdade, o que são aquelas escritas penduradas junto a elas?
Mostrei a minha mãe que gosta de Orquidias, ela falou - Nossa dá até medo do cara mostrar este local na internet, que pode ir um doido e arrancar tudo, ela disse que esta orquidia vermelha que dá cor a todos os outros hibridos. Ela estudou sobre orquidias um tempo, agora se é realmente esta eu não sei hehehe.

Mas que tem uns danados que fazem arte tem hehehe.

fico ansioso para ver as Droseras na segunda parte.

Parabéns.

PS: estou esperando o almoço aqui, pow ta me dando até uma dor na barriga agora que vi o pão de queijo hahahaha.

Quanta planta bonita!!! Essas utricularias e gelinseas são realmente lindas!!! Gostei daquela plantinha peluda do começo

Que maldade postar a foto desse pão de queijo... aposto que não tem ninguém aquí que não vai ficar com vontade... deve ser ótimo

Aaaah q saudades de pao de queijo!!!!! E do Cipó tbm é claro, hehehe!

Abs, Fernando

Humnnnnn muito bom que os relatos continuam! Preciso sem falta ir um dia no cipó!!!

Essas genlisea violacea não eram a tal sp."cipó"?

O epidendrum parece ser Ep. dendrobioides, espécie que gosta dos mesmos habitats de carnivoras, junto com as outras orquidaceae Cleistes. O Onc. spilopterum é realmente bonito, nunca tinha visto fotos decentes dele! Aliás que maquina você utiliza pra suas fotos?

A cactaceae chuto pode ser alguma espécie do genero Cipocereus mas não tenho certeza.

Um abraço

Adilson