No ultimo Feriado de Corpus christi dei uma saida em uns habitats em Brasília e em Goiás atrás de Pcs, orquídeas e Cactos. Fui acompanhado do meu amigo Bento Faria. Tive varias surpresas agradaveis de plantas que nunca havia observado no DF e que talvez possam ser ocorrencias novas.
Mas vamos lá. O primeiro local visitado foi uma fazenda proxima a fronteira com goiás, que possuia um terreno bem inclinado e rios encachoeirados com muitos buritizais:


Olhando este buritizal e os laguinhos que ele formava pude encontrar:

Utricularia tricolor





Cresciam em abundancia entre o capim alto encima de terreno alagado, como é comum para a espécie.

Foto mostrando a aparencia geral do habitat delas.
Junto com elas nas partes bem alagadas havia Genlisea, provavelmente G. repens

Nos arredores em locais mais firmes porém mais umidos ocorriam:



D. communis, uma populaçao bem fraquinha.


Utricularia subulata? triloba?
Nessas mesmas areas ocorria uma variedade grande de espécies de Melastomataceae que me chamou a atenção:






Na beirada de um lago que havia ali, achei esta utricularia crescendo como aquatica:




Descendo o terreno onde o declive aumentava haviam mais veredas e em alguns trechos o riacho corria sobre rochas de arenito.


Ali ocorriam D. communis bem mais bonitas e abundantes:





Bem como mais U. tricolor crescendo hora como rupicola hora como reófita


E uma surpresa:


Utricularia neottioides. Segunda vez que as vejo crescendo na região de Brasília, desta vez mais parecida com as que eu vejo normalmente para o sudeste, como reófitas, agarradas em pedras. Na Fazenda agua limpa eu ja as havia observado junto com o Vitor Batista, mas crescendo sobre solo puro sem pedras, também margeando um córrego.
Mas a primeira surpresa boa do dia eu vi embrenhada no capim ao lado de uma vereda. Fiquei feliz que minha visão ainda esta funcionando bem pois consegui ver as folhinhas minusculas no meio do musgo que crescia e reconhecer uma velha conhecida minha:




Utricularia Pubescens!
Ainda que seja uma espécie distribuida por vários continentes, eu so as conhecia de habitats na serra da mantiqueira, crescendo sobre granito ou sobre quartzito, em beiradas de rio. Crescendo sobre solo turfoso em beiradas de brejo eu so me lembro delas em Aiuruoca, onde cresciam entre 1.500 e 2.250 mts em condições semelhantes.
O Fernando me relatou que havia visto delas na chapada dos veadeiros, e ao que parece tinham características semelhantes as do DF: Plantas de porte muito menor do que as encontradas no sudeste, florees muito menores que lembram U. arenaria! Eu penso que talvez essa forma aqui do centro oeste não poderia ser encarada como uma variedade ou subespécie? Se o paulo baleeiro quiser mando material pra ele tirar essa minha duvida
Mas continuando com o Relato.
Demos uma saida do território do DF e fomos para as beiradas secas das escarpas do vale do Paranâ procurar outra coisa que não eram carnivoras.


E neste cerrado arenoso, entremeado com afloramentos de arenito nos deparamos com:

Discocactus catinguicola.




Discocactus são cactaceas raras, vivendo em habitats restritos, geralmente com populações muito pequenas e de recuperação muito lenta. São plantas que correm o risco de desaparecimento no país todo, pois nem todas as populações ocorrem em areas de preservação (como essa que vimos). Menos mal que as espécies são amplamente cultivadas na europa e Eua. No Brasil poucos são os que as cultivam ou as produzem comercialmente, dado o seu crescimento extremamente lento. Provavelmente algumas das plantas dessas fotos tem a minha idade ou são mais velhas do que eu.

Uma visão raríssima: um exemplar crestado, que perdeu sua simetria radial de crescimento. Individuos assim são bastante raros de serem vistos no gênero.
Voltando ao DF passamos novamente por um habitat que eu ja conhecia, mas que nunca havia estado esta epoca do ano.

Uma area grande, alagada com bastante agua corrente, praticamente intocada desde a fundação do DF.
Nos seus arredores, em um terreno mais seco (e mais seco ainda nessa epoca) algumas Drosera montana






Indo em direção as areas alagadas, nas transições podiamos ver varias espécies interessantes do Cerrado:

Melastomataceae
Asteraceae?

Caliandra sp.


Aristolochia galeata
não demorou para nos depararmos com mais D. communis

As plantas deste local crescem como plantas aquaticas, produzindo caules estiolados compridos e folhas bastante longas. São as maiores communis que eu conheço e sem duvida as mais bonitas.





Junto as communis havia mais G. repens e a minuscula Utricularia olivacea, que esta epoca estava com suas flores submersas, o que dificultou bastante para conseguir fotos delas!



não é a toa que é a "segunda menor planta florífera do mundo".
Mas ainda junto com as olivacea e as communis havia a segunda grande surpresa do dia:

Alguém consegue ver?

Genlisea guianensis!
É a segunda vez que as vejo ao vivo e fiquei feliz de saber que existiam dentro do DF! E mais feliz ainda ao ver que existiam no locam em abundância.







Então foi isso: um dia bem proveitoso de muitas andanças. não canso de me admirar como o DF é um local rico em pcs e plantas interessantes. Sempre que saio por aqui acho algo novo e bonito.
Um abraço a todos
Adilson