Olás,

Estive de novo nesse habitat no começo de maio desse ano. Como eu estava cheio de coisas a fazer e, logo em seguida, veio a viagem para a Serra do Cipó, essas fotos ficaram "pra depois"...

Estive nesse lugar em agosto de 2007 junto do Fernando e descobrimos alí uma grande concentração de Drosera ascendens.
Fotos aqui: http://www.forum.clickgratis.com.br/pla ... 2_s-0.html - o segundo ponto
Naquela época, as plantas estavam retornando do período mais seco, e algumas já começavam a soltar hastes florais. Dessa vez, era o começo do período de estiagem, não chovia há vários dias, fazendo com que a famosa camada de poluição que cobre São Paulo se tornasse mais visível (fotos tiradas no dia anterior do alto da Serra da Cantareira).




Cheguei bastante tarde no local (os dias estavam escurecendo bem cedo), o que dificultou fotografar as plantas...
Habitat sob a luz do fim do dia


Um dos habitats visto do alto da montanha mais próxima. As Drosera ascendens cresciam nas margens dessa trilha no centro, junto de Drosera communis, Utricularia subulata e U. hispida.


Logo de cara notei que as plantas não estavam tão vigorosas como da última vez que estive alí...
As Drosera communis estavam em menor quantidade, mas várias estavam florescendo (mas as fotos das plantas com flores não ficaram boas):




Mas o que mais me deixou pasmo foi não encontrar aquele belíssimo grupo de D. ascendens que crescia na beira da trilha
Em agosto de 2007


Em maio de 2008...


As poucas plantas (visíveis) que sobraram desse grupo estavam pequenas e encobertas pela areia, provavelmente, o grupo foi encoberto numa enchurrada e as plantas enterradas já devem ter emergido. Na próxima primavera deverá estar com o mesmo vigor apresentado em agosto passado.

Ali do lado também crescia um outro grupo com vários indivíduos. Esse grupo ocorre em meio à grama e teve mais sorte que o anterior:
Agosto 2007


Maio 2008


A maioria delas já estava sofrendo com a falta d'água

Do outro lado da montanha, a situação não era diferente




Essas plantas crescem em um local mais seco, então várias delas estavam secas ou com as folhas mais jovens mortas. A seca acaba provocando a morte da gema apical de várias das plantas...


... o que nem sempre é ruim, pois permite que as gemas laterais se desenvolvam...


... resultando em plantas com mais de um ponto de crescimento (aqui, já formando um caule mais alongado, lembrando um pouco D. graomogolensis).


Outra planta com um caule mais alongado


Apesar de várias plantas não estarem muito bem...




ou nada bem...


... nesse local estavam as plantas mais saudáveis que vi dessa vez (apesar de estarem bem pequenas):










É bem interessante acompanhar um grupo ao longo do ano para entender seu comportamento. Não esperava que as plantas estivessem tão mal tão cedo no ano (imaginem como estão agora em julho). Pretendo retornar em breve a esse local, para continuar acompanhando o desenvolvimento dessas populações.


Abraços,

Olá Paulo, o local parece ser bom e com varias plantas...
Pena q as plantinahs estão sofrendo com a falta de agua.
Abraços

Olá Paulo,

quanto mais sobrem mais ficam vermelhas ... tens idéia de quanto sol elas pegavam, se crescim na face osete ou leste da montanha? Dependendo o lado que vem o sol ou a neblina desconfio que as plantas podem apresentar grandes variações na saúde geral.
Se não tiver verificado isso, ou não lembrar tente dar um olhada na próxima vez.

Um abraço.

Carlos.

Olá Paulo,

Realmente é mto importante entendermos melhor os ciclos das espécies de PCs, pois sabemos mto pouco. Boa sorte e não deixe de explorar por novas populações nesta região! ;)

Abs, Fernando Rivadavia

Oi, Paulo

Em que tipo de solo elas cresciam, você o observou? você falou areia, mas acho que da pra ver turfa e terra vermelha também, não?

Eu notei realmente que D. ascendens é um tanto dependente de solos com umidade constante ao longo do ano, pelomenos nos habitats que de onde eu as conheço, sempre estão associadas a nascentes, corregos ou lugares de solo umido turfoso, mais ou menos arenoso, ou encima de pedras por onde escorre agua.

Hello Adilson,

Vc tem razao, elas sao dependentes de umidade constante, nem que seja de neblina apenas. Em SP elas crescem frequentemente em barrancos de estradas/ ferrovias na serra do mar, onde aparentemente não há fonte constante de agua como uma nascente. Mas quando vc presta atenção, vai descobrir que elas ocorrem apenas na beirada da serra, olhando p/ o litoral, em corredores de umidade, onde há mta neblina.

Abs, Fernando