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Heliamphora minor
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Autor:  Carlos Rohrbacher [ 07.02.2018(Qua)14:21 ]
Título:  Heliamphora minor

Heliamphora minor

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Plantas em Cultivo (Rohrbacher, 2015).

Descrição:

Reino: Plantae
Clado: Angiospermas
Clado: Eudicotiledoneas
Clado: Asterideas
Ordem: Ericales
Família: Sarraceniaceae
Gênero: Heliamphora
Benth. (1840)
Espécie: Heliamphora minor Steyermark (1984)
Variedades: H. minor var. minor e H. minor var. pilosa

A Heliamphora minor é a espécie do gênero Heliamphora mais difundida em cultivo no mundo, um híbrido dela, a H. heterodoxa x minor, parece ser a planta mais difundida em cultivo no Brasil. Planta herbácea perene, hermafrodita, do Gênero Heliamphora que pertence à família Sarraceniaceae, a qual compreende, além desse gênero sul-americano, os gêneros exclusivos da América do Norte: Sarracenia (EUA e Canadá) e Darlingtonia (EUA). Essa família que têm como características principais o crescimento a partir de estolões, de onde se originam folhas modificadas em forma de urna que capturam pequenos animais de forma passiva.
O nome Heliamphora minor vem do grego helos "charco" (banhado, pântano) and amphoreus "ânfora" (urna). O termo latino minor indica “pequena”, pois quando foi descrita era a menor espécie do gênero, posteriormente a H. pulchella ocupou esse posto.
O gênero Heliamphora é composto por 23 espécies reconhecidas e outras aguardando reconhecimento, com ao menos cinco híbridos naturais. Esse gênero é endêmico de uma área relativamente pequena que abrange as fronteiras entre Venezuela, Guyana e Brasil (3), os famosos Tepuis (chapadas altas, formadas pela erosão do arenito ao longo de milhões de anos) e seu entorno. A Heliamphora minor cresce sobre o Auyán-Tepui, o maior de todos com 795 km quadrados, com altitude que varia entre 1.600 a 2.450 metros. Nesse tepui se localiza a cachoeira com maior queda livre do mundo (cabeceira a 979 m, com 807 de queda livre), o Salto Angel.

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Área onde se localizam os Tepuis, habitat das Heliamphora sp. (4)

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Área onde se localiza o Auyán-Tepui (região Centro-Oeste da Venezuela, habitat da Heliamphora minor (5)

O clima no habitat é temperado (13 a 18) a frio (13 a 8) (escala Köppen Csb), com pouca variação climática e de luminosidade pois está próximo da Linha do Equador e não tem grandes variações pelas estações. Nos tepuis podem cair incríveis 3300 mm de chuva anualmente. As plantas crescem em quase nenhum solo, turfoso e úmido, sobre arenito. Compartilha o habitat com belas droseras e utricularias endêmicas.

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Planta adulta em cultivo (Rohrbacher 2016).

Cultivo:

Substrato: Há uma grande variedade de composições de substrato, onde há itens como turfa, carvão, cascas, areia, perlita, sphagnum e etc. Tenho utilizado Sphagnum, Perlita e Areia de Quartzo em proporções de 40%, 40% e 20% respectivamente (2:2:1). Utilizo Sphagnum sp. vivo sobre a superfície do substrato. O musgo vivo é fundamental no cultivo para quem mantém as plantas em locais com baixa umidade.

Vasos: Independente do material de que o vaso é feito (plástico ou cerâmica), é importante que o vaso permita boa drenagem pois as raízes podem apodrecer se permanentemente imersas em água estagnada. O ideal é que a luz atinja as folhas mas não as laterais do vaso, mantendo o substrato fresco.

Regas: O ideal é regar as plantas diariamente por cima, sem acúmulo de água em bandeja. Como não as vejo diariamente mantenho bandejas com água a 1/5 da altura do substrato e rego por cima nos finais de semana. A água utilizada é coletada da chuva, mole (DH zero) e ácida (pH 6.3).

Luz: Manter preferencialmente sob sol direto, aceitando meia-sombra em locai mais quentes. Isso dependerá do lugar onde está a planta, quanto mais ao norte do país maiores os cuidados com o excesso de calor que o sol pode proporcionar. Também aceita bem o uso de luzes artificiais (fluorescentes ou LED) e umidificadores em terrários.

Clima: Apreciam temperatura por volta de 25º Celsius durante o dia, durante a noite é indicado que a temperatura caia ao menos dez graus Celsius em relação ao dia. A umidade do ar é alta, acima de 70%. Quando expostas a luz solar direta, as armadilhas ficam mais saudáveis e avermelhadas.

Fertilização: Obtida principalmente pelas armadilhas, produto de milhares de anos de seleção natural, além de minerais obtidos do substrato. Não recomendo usar suplementos, pois mesmo insetos grandes podem levar uma folha à morte.

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Flor de Heliamphora minor (Rohrbacher, 2016).

Propagação por sementes: As flores precisam ser polinizadas manualmente (ver vídeos no Youtube), sendo que as flores aceitam autopolinização. As sementes podem ser retiradas quando os frutos secarem. A viabilidade das sementes não é muito longa. O plantio imediato pode ser feito em sphagnum úmido sob o sol. Após a germinação crescem lentamente. O melhor é germinar as sementes e cultivar as plântulas in vitro, para tanto é necessário conhecer esse método de cultivo.

Propagação por estaquia: a forma mais rápida de se obter mudas é destacando cuidadosamente brotações da planta, em seguida as inserindo sob sphagnum úmido, ter ou não raízes é indiferente. Uma muda leva cerca de seis meses para estabilizar.

Conhecimento acessado:

1 - McPherson, S.; Wistuba, A.; Fleischmann, A. e; Nertz, J. Sarraceniaceae of South America. Redfern
Natural History. 566 p. (2011).
2 - https://en.wikipedia.org/wiki/Heliamphora
3 - https://www.wistuba.com/heliamphora/index.php
4 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Heliamphora
5 - https://en.wikipedia.org/wiki/Heliamphora_minor
6 - https://en.wikipedia.org/wiki/Auy%C3%A1n-tepui
7 - viewtopic.php?f=29&t=83255&p=250402#p250402

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