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 Sarracenia purpurea ssp. purpurea 
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Mensagem Sarracenia purpurea ssp. purpurea
Sarracenia purpurea ssp. purpurea

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Planta em Cultivo (Rohrbacher, 2016).

Descrição:

Reino: Plantae
Clado: Angiospermas
Clado: Eudicotiledoneas
Clado: Asterideas
Ordem: Ericales
Família: Sarraceniaceae
Gênero: Sarracenia

Espécie: Sarracenia purpurea Steyermark (1984)
Subespécies, variedades e formas: S. purpurea ssp. purpurea; S. purpurea ssp. purpurea f. heterophylla; S. purpurea ssp. venosa; S. purpurea ssp. venosa f. pallidiflora; S. purpurea ssp. venosa var. burkii; S. purpurea ssp. venosa var. burkii f. luteola e; S. purpurea ssp. venosa var. montana.(1)

Nessa ficha vou me ater apenas a uma subespécie, embora os procedimentos de cultivo sejam os mesmos para quaisquer sarracenias.

Planta herbácea perene, hermafrodita, do Gênero Sarracenia, que pertence à família Sarraceniaceae, a qual compreende os gêneros exclusivos da América do Norte, Sarracenia (EUA e Canadá) e Darlingtonia (EUA), além de um gênero Sul-americano, Heliamphora. Essa família que têm como características principais o crescimento a partir de estolões (um caule que cresce na horizontal, subterrâneo ou semi-subterrâneo), de onde se originam ascídios (folhas modificadas em forma de urna) que capturam pequenos animais de forma passiva. O nome do gênero Sarracenia é uma homenagem dada por Carolus Linnaeus a outro botânico. O primeiro registro do gênero foi de S. minor, em 1570. O primeiro registro gráfico de Sarracenia purpurea feito por Clusius (Rarorum Plantarum Historia of Clusius,, 1.601).

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Primeiro registro gráfico de Sarracenia purpurea (2).

O termo purpurea refere-se à cor vermelha na folhas e flores. Foi a primeira Sarraceniaceae levada para cultivo na Europa, cultivada no Royal Botanic Gardens of Kew por John Tradescant Junior, antes de 1640, sendo a planta com maior distribuição, ocupando A costa leste dos EUA e Canadá, além de ter sido introduzida em áreas selvagens de países da Europa (Noruega, Irlanda, Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Suíça) e Nova Zelândia. Em alguns desses países existem esforços para a sua eliminação como planta invasora e potencialmente danosa para espécies raras de insetos. Nos EUA ela vem desaparecendo por coleta indiscriminada e perda do habitat.

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Distribuição de Sarracenia purpurea na América do Norte (2).

ASarracenia purpurea ssp. purpurea é a “planta tipo”, da espécie que foi subdividida. A flor tem até 5 cm de diâmetro e carrega sépalas vermelhas em plena luz solar. O disco, em formato de um guarda-chuva invertido, é vermelho, verde avermelhado ou verde. A flor tem uma fragrância doce, semelhante ao das violetas (o de S. purpurea ssp. venosa tem odor “mixed sweet and feline”, o que não soube traduzir - 1).

Os jarros chegam a 16 cm de comprimento por 3 cm de largura na abertura da armadilha, muitas vezes são muito menores do que essa medida máxima. As partes inferiores da folha são estreitas, ampliando-se continuamente ao longo do comprimento da folha até a seção média. Do ponto de vista da abertura do jarro, a folha é mais larga do que a inferior, mas a circunferência é comprimida logo abaixo do rolo de néctar, de modo que as partes superiores da porção tubular da folha aparecem levemente. Na seção transversal, a folha é curva, e muitas vezes a metade inferior da folha repousa diretamente no chão. O capuz está ereto e oferece pouca ou nenhuma proteção contra a chuva, e muitas vezes tem o efeito de canalizar a água da chuva para dentro da armadilha. O perímetro do capuz ondula em graus variados e a superfície interior é revestida com os pelos rígidos que apontaram para baixo. O capuz é quase semicircular e se enrola ao redor dos lados da abertura do jarro de modo que, muitas vezes, ele pareça ter forma cônica. O rolo de néctar é de até 3 mm de largura. O ala é de até 12 mm de largura, e geralmente estreita sob a abertura do jarro e na base da folha e mais larga na seção média. O exterior e o interior das folhas são revestidos com uma cutícula cerosa protetora e, consequentemente, o exterior das folhas parece excepcionalmente suave e aparentemente brilhante. Geralmente, o exterior da folhagem é glabro (sem pelos), ou praticamente, embora tenham sido registradas populações excepcionais que tenham um indumentum (superfície peluda) fino. As folhas desta subespécie são rígidas e firmes, e suportam seu próprio peso mesmo quando completamente cheias com líquido. Cada ponto de crescimento pode suportar até 20 folhas vivas ao mesmo tempo. As plantas individuais formam colônias densas, parecendo montes com até 120 cm de diâmetro. Cada grupo pode consistir em até cem pontos de crescimento individuais. No inverno a planta entra em dormência sem lançar filodias, lançando ascídios novos na primavera, essas folhas ficam cheias de água da chuva e duram dois anos.

A planta cresce naturalmente em planícies alagadas de solo turfoso. O clima é frio, com registro de ter resistido a temperaturas de até -40 graus Celsius negativos (S. purpurea ssp. venosa, ocorre em clima mais ameno e morre aos -10º C).

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Planta em Cultivo (Rohrbacher, 2016).

Cultivo:

Substrato: Entre os componentes mais utilizados está a Turfa (peat moss) e o Sphagnum, onde as plantas crescem naturalmente. Tenho utilizado Sphagnum, Perlita, Areia de Quartzo e Argila Espandida em proporções de 40%, 30%, 20% e 10% respectivamente (4:3:2:1). Utilizo areia na superfície do substrato para a planta rizoma receba maior luminosidade e as aves não retirem o substrato, pois ficam tanto ao ar-livre como dentro da casa de plantas.

Vasos: Independente do material de que o vaso é feito (plástico ou cerâmica), é importante que o vaso permita boa drenagem. O ideal é que a luz atinja as folhas e o rizoma, mas não as laterais do vaso. Colocar o vaso no chão pode ajudar a manter o substrato fresco.

Regas: O ideal é que as plantas peguem chuva diretamente, sem acúmulo de água (um “bog”). Mas podem ser mantidas em bandejas com água a 1/3 da altura do substrato, completando a água quando necessário. A água que utilizo é coletada da chuva, mole (DH zero) e ácida (pH 6.3).

Luz: Manter preferencialmente sob sol direto, aceitando meia-sombra em locais mais quentes. Isso dependerá do lugar onde está a planta, quanto mais ao norte do país maiores os cuidados com o excesso de calor que o sol pode proporcionar. Também aceita bem o uso de luzes artificiais (fluorescentes ou LED) e umidificadores em terrários.

Clima: Verões moderados e invernos frios (fica em dormência nesse período). Em meu cultivo têm crescido entre mínimas de 4°C negativos no inverno e máximas de 35°C no verão.

Fertilização: Obtida principalmente pelas armadilhas, produto de milhares de anos de seleção natural, além de minerais obtidos do substrato. Não é necessário alimentar ou usar suplementos.

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Sarracenia purpurea ssp. purpurea f. heterophylla , em cultivo (Rohrbacher, 2014).

Propagação por sementes: As flores precisam ser polinizadas manualmente (ver vídeos no Youtube), sendo que as flores aceitam autopolinização. Para evitar que ocorram hibridações não planejadas as flores devem ser isoladas do contato com insetos como abelhas, o que pode ser feito com um saquinho de tela. O fruto desenvolve-se, seca e libera as sementes ao final do verão. As sementes podem ser retiradas quando os frutos secarem. O plantio imediato pode ser feito em sphagnum úmido sob o sol. Para sementes adquiridas de outros cultivadores ou bancos de sementes é necessário estratificar a frio por ao menos 45 dias. As sementes germinam entre 15 e 30 dias e tornam-se adultas entre quatro e seis anos.

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Sementes de sarracenias (3).


Propagação por divisão de rizoma: No final do inverno a planta pode ser dividida por meio de dorte no rizoma, contudo, essa subespécie não se divide facilmente, comparada à subespécie venosa. É importante fazer uso de um fungicida sistêmico para que sejam evitadas perdas.

Conhecimento acessado:

1 - McPherson, S. e Schnell, A. Sarraceniaceae of North America. Redfern
Natural History. 810 p. (2011).
2 - https://en.wikipedia.org/wiki/Sarracenia_purpurea
3 - http://www.carnivorousplants.org/grow/p ... aceniaSeed
4 - viewtopic.php?f=29&t=83264
5 - viewtopic.php?f=29&t=83255
6 - http://www.ladin.usp.br/carnivoras/Port ... cenia.html

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08.02.2018(Qui)14:13
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