Hoje tive acesso a essa instrução normativa, enviada pelo colega 'micropropagador' (Cleber)
e fiquei impressionado com a grande quantidade de espécies listadas como 'em extinção' ou para as quais
'há pouco conhecimento disponível'.

-> Somente uma espécie de lentibulariaceae, a Utricularia bivularioides consta como ameaçada de extinção.

-> Somente uma droseraceae, a Drosera graomogolensis, consta como uma planta que precisa ser melhor conhecida.

Dada a diversidade de espécies conhecidas de plantas carnívoras, o muito que não sabemos sobre elas e o risco que correm
pela perda de habitat, estou pasmo com tamanho descaso.

É muito descaso...

Se o Brasil investisse mais em pesquisar o próprio olho... Imagino tudo o que possa ser descoberto nessa área tão estensa de nosso país...

Se não fosse alguns membros de nosso fórum ir a campo, muita coisa havia se perdido...

Devemos protejer mais as nossas plantas... Belo tópico Carlos!

Abs...

Senhores,

sem criar polêmica, muito pelo contrario, querendo intender e até sugerir....

É só o IBAMA que faz este tipo de estudo? Eu creio que não. Creio que seja baseado em publicações e estudos dos profissionais da área. Um exemplo, grande partes dos killifishes nacionais descritos pelo prof. Wilson Costa já é colocado como especie com risco de estinção e algumas ate em extinção. Isso depende do estudo sobre populações da especie ( se não existem outras populaçoes mais critico é), sobre influencia humana ( desmatamentos, contruções, coletas indiscriminadas, mudanças antropomorficas no ambiente, etc) e do clima ( muitas vezes modificado por influencia humana). As especies nacionais não descritas por ele, pra serem enquadradas neste criterio de ameaçadas, tem que ser bem estudadas, como algumas até ja foram, mas é mais facil ser classificada como tal, quando já sai a recomendação na descrição.

Não sei como é feito na pratica, quais os fatores que devem ser tomado em conta pra isso, não poderia ser um bom assunto pros biologos que vão á campo do forum, que pelo qu evejo estão em plena produção cientifica, descrevendo novas especies, fazer um estudo sobre a especie e populaçao e ver em qual estado ela se encontra? E até ajudar o nosso "querido" IBAMA, informando com os artigos cientificos e estudos quais especies está em risco ou não?

Realmente creio que em quase toda a área do conhecimento no Brasil , principalmente sobre fauna e flora nacional, está meio que deficiente quase que no limbo, principalmente quando se trata dos orgãos que deveriam ser competentes para determinada area ou assunto. Mas cabe a nós, sendo hobbystas ou pesquizadores agir e fazer algo.

Eu ate prefiro que cientistas, que tem um pé no hobby, façam este repasse de conhecimento, pois ajuda muito quando o IBAMA se interessar por esta area, fazer como com peixes ornamentais, orquideas, cactus e bromelias, começar a coibir e proibir ate mesmo o cultivo de plantas oriundas de reprodução em cativeiro como está começando a acontecer, que creio eu motivada pelo comercio infreado de plantas coletadas e pela falta de informação cientifica, visto que o manual de reconhecimento de plantas cultivadas ou retiradas da natureza (Brasileira) é exemplificada com phalaenopsis e vandas (exoticas)!

Bem fica ai a minha dica, não sou estudioso no assunto, sei que só isso não resolve, mas creio que seja um inicio pra começar a mudar as coisas.

É um assunto deveras complicado!
Assim como o Novo Código Florestal não irá dar ouvidos aos cientistas com anos de pesquisas, essa lista de espécie está (mesmo em suas reformulações) mal feita!
Creio que um dos principais problemas (além do descaso dos órgãos governamentais) é com relação a pesquisa de base, necessária para levantar as informações de cada espécie!
O buraco é muito mais embaixo, hehe, pesquisa básica raramente recebe suporte. Pesquisar (a flora que seja) por paixão é muito bonito, mas não alimenta nem dá moradia ao pesquisador!!! Infelizmente.
Temos (falo aqui como biólogo) que ir atrás de diversas fontes de fomento para realizar as pesquisas. A tarefa não é simples, visto que na grande maioria das vezes a burocracia é absurda e essas agências financiadoras não entendem que sem pesquisa básica muito do conhecimento sobre biodiversidade e conservação (já em andamento) não teriam saido do papel.

Estou longe de querer explicar porque a lista é tão ruim, mas só queria esclarecer que os pesquisadores tem feito o que podem (em partes). Muitos que conheço conseguem fazer milagres, pois realizar pesquisas de qualidade tendo que lecionar diversas disciplinas também não é nada fácil. Haja saúde!!!

Outro problema faz parte do que eu disse na segunda frase. Os órgãos ambientais precisam aprender a ouvir e a entender os cientistas. Como cada pesquisador não consegue ter o domínio de todos os grupos de plantas (por exemplo), é fundamental que grandes grupos de trabalho (formados por especialistas, obviamente) sejam feitos para que a elaboração destas listas sejam tratadas com maior seriedade e que também possam ser muito mais informativas.

De qualquer modo, bora registrar o que pudermos. Trocar informações com especialistas nos grupos também é sempre muito bom!!!
=)

PS: Algo sobre liquens??? Fale comigo, hahaha

Aí está a minha dúvida, baseado em quê foram elaboradas essas listas e quais o critérios foram
utilizados para eleger o grau de vulnerablidade e de escassês de conhecimento?
Ao menos para mim, não está claro.
Nesse caso é uma questão que depende da outra ... ... depende-se dos abnegados pesquisadores
e suas descobertas para que a planta seja interesse de pesquisa e tenha finaciamento, para então
os pesquisadores poderem trabalhar com financiamento garantido.
Que bom se fosse assim, tão simples. Explico, sou psicólogo e se vocês acham que não há verbas
para finaciar conhecimento novo em quaisquer áreas do conhecimento ... ... Psicologia está sempre
com o pires na mão, quando se trata de 'pesquisa básica' (na verdade essa dicotomia 'básica e aplicada'
deveria ser usada apenas no primeiro semstre da graduação, Ciência é básica e aplicada) então, o pires
é ainda mais raso.

Volto a questionar: Quais os critérios para o financiamento? Alguém saberia informar?

Pois é, concordo com o Carlos. O que falta é financiamento para o pesquisador trabalhar em paz.
O descaso, neste caso, é das autoridades e não dos pesquisadores. Cito um exemplo que vejo (literalmente)
da janela de minha casa: a Formação Itaquaquecetuba, um jazigo fossilífero único que é tratado quase como
lixo pois as autoridades locais não estão nem aí para a riqueza em fósseis. Pesquisadores da
USP e da UNG (de Guarulhos) tentam pesquisar, com a autorização da mineradora que explora areia para
construção, mas o que conseguem é pouco.
Nem aqui na região é mencionada a Formação Itaquaquecetuba, embora seja conhecida até no exterior.
Um absurdo da tolice; o próprio município aqui poderia se beneficiar de ter um Museu de História Natural,
mas, por desconhecimento (e descaso, claro) o pequeno museu local chega a descrever um fóssil de
nó de pinho de araucária miocênica como "porrete petrificado" , como se houvessem seres
humanos aqui no Mioceno para fabricar um...

Uma pena

A tempo: para quem quiser saber algo sobre a formação mencionada:
http://www.sbpbrasil.org/revista/edicoe ... rmacao.pdf, http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/ ... 0n3/04.pdf, http://www.youtube.com/watch?v=PdtFPVM8k8o

Mudando de assunto um pouco...
Carlos : como sei se determinada especie a ser descrita já foi catalogada?
Existe algum site que dê pra ver fotos de plantas em herbário ou coisa do tipo..
Tô mandando MP tô fervendo de perguntas..

Procurei o Fernando Rivadavia mas não achei mensagens atuais.

Olá galera!
Carlos: conversei com alguns amigos pesquisadores e o que entendi é o seguinte: essas listas são baseadas numa série de questionários encaminhados aos especialistas das espécies (ou grupos, famílias). A avaliação do 'estado' da espéie parte de diversos princípio como a quantidade e variedade de publicações referentes a sp. e sobre o conhecimento do especialista a respeito da biologia da mesma. Com a união desses questionários respondidos é que são elaboradas as conclusões sobre o estado de conservação das espécies.
Pensando em quantidade de trabalhos e conhecimento sobre a biologia das mesmas não é estranho ver que uma grande parte das espécies está classificada como "Dados insuficientes". =/

Nildo: a descrição de espécies novas é feita em revistas científicas da área, portanto, para saber se tal espécie foi descrita é preciso verificar tais revistas. Não sou taxonomista das PC's, mas acredito que seguir as notícias e pesquisar bem o site da "International Carnivorous Plant Society" seja base pra isso. Alguns herbários já disponibilizam imagens digitalizadas de seus exemplares, aí é necessário verificar a homepage de cada um. Contudo, vale ressaltar que muitas características importantes para a taxonomia de espécies são vista apenas sob lupa (microscópio esteroscópio) ou até micriscópio ótico, portanto, não é a toa que as vezes os pesquisadores levem anos pra descrever uma espécie nova.

Espero ter ajudado!!!
=)

Olá vizinho.

Vai um pitaco: o método está mais claro, em parte, ainda é pouco compreensível para mim a escolha dos pesquisadores.
Eu adotaria as revistas especilizadas de maior relevância, teses e dissertações como parâmetro mais importante.

Bom que você já respondeu para o Nildo, não sei como se dá esse tipo de coleta de dados, sou psicólogo e não biólogo.

Um abraço.

Pessoal, deem uma olhada na resposta que postei em outro tópico:

viewtopic.php?f=12&t=7934&start=30

Acredito que essa discussão é muito interessante e pode contribuir bastante para o conhecimento científico nacional das plantas carnívoras brasileiras!

Abs,

Dennis