Heitor escreveu:
Alex e Pandini
Salvo as exceções aqui e ali, parece que todos nós cultivamos as mesmas espécies de nepenthes, tendo o Marco Ono como fornecedor. Então, é simples percebermos que a maioria padece de problemas semelhantes no cultivo.
Por outro lado, vejo que ambos possui uma conhecimento muito bom sobre o comportamento das nepenthes, inclusive dão dicas eventuais.
Então, por ambos não nos passam parte da experiência, principalmente na questão luminosidade, que parece ser um problema comum à maioria de nós, além da umidade.
Por exemplo, uma tabela indicando se tal espécie prefere mais ou menos luz, solo úmido ou encharcado, se é conveniente colocá-la na parte baixa ou alta da estufa.
Desde já, muito obrigado.
Heitor
Olá, Heitor! Obrigado pela atenção ao meu "post"! A minha "amarela" aqui é exceção: veio do Prof. Dennis Saridakis em 2006.
Quanto ao repasse de minha experiência com as neps, tenho a considerar dois fatores:
1 - Lido com o cultivo delas há mais de 10 anos, mas comecei com uma única espécie - a minha "pioneira";
2 - As outras espécies eu passei a adquirir recentemente, portanto, ainda estou aprendendo sobre elas. Sou, portanto, um aprendiz como todos vocês.
Com certeza, terei a melhor boa vontade em compartilhar informações sobre elas, quer seja aqui no forum ou no meu site pessoal. Mas, só poderei fazer isso quando houver a certeza de que determinado procedimento é correto e não constitui risco para as plantas. Para vc ter uma idéia, estou fazendo atualmente uma experiência com algumas neps no sol pleno, mas não mostro isso no forum porque alguém pode tentar imitar e se dar mal. Toda experiência aqui é muito controlada, o que pode não acontecer com um iniciante curioso. Só mostrarei os resultados daqui há algum tempo, se funcionar.
Há uma diferença grande entre o clima onde o Marcos Ono cultiva as neps dele, e o meu clima aqui, bem mais quente. Obviamente surgirão resultados diferentes, como já aconteceu, por exemplo, com aquela que ele chamava de “N. alata falsa”, de porte e cores discretas lá em Cotia/SP, mas que aqui no norte do ES e em Salvador/BA simplesmente “explodiu” em cores e tamanho dos jarros, possibilitando a identificação dela como o híbrido
N. X
wrigleyana. Por esse e outros motivos pretendo adquirir mudas de todas as neps que o Ono disponibilizar, testando o cultivo delas aqui nessas terras “infernalmente” mais quentes que os planaltos paulistas. Só que isso leva tempo, e a gente vai ter que esperar um pouco. A ansiedade de muitos aqui é a minha também...
Para o cultivo das neps eu aconselho sempre o procedimento “genérico”, que tem funcionado bem:
1 – Local bem iluminado, mas sem sol direto, de preferência a céu aberto, para a planta poder pegar bastante luz o dia todo, chuva e o sereno da noite; se quiser, coloque para pegar umas 2 horas de sol da manhã (exceto a
N. ampullaria, que gosta de sombra o tempo todo). O local deve ser protegido do excesso de vento, devendo-se borrifar toda a planta, sempre que possível.
2 – Cultivar em vaso grande, de preferência pendurado, com muitos furos tanto embaixo como nas laterais, sem usar o tradicional pratinho. Se tiver como conseguir os vasos de xaxim abandonados pela “parentada” (antigamente usados para cultivar samambaias) melhor ainda. Use bastante substrato, com o nível bem acima da borda do vaso, pois o mesmo tende a diminuir com o passar do tempo, principalmente se tiver muito sphagnum. Além desse musgo desidratado, use também para formar o substrato: areão lavado, casca de pinus higienizada, fibra de casca de côco maduro higienizada (deixada de molho pelo menos uns 2 meses, trocando a água constantemente, é claro), turfa natural, carvão vegetal granulado, e perlita expandida, se tiver (ajuda muito a manter o substrato úmido, sem encharcamento). Não uso vermiculita com as minhas neps. Se puder, cubra tudo com musgo vivo (
Sphagnum sp. ou o “de Java”).
3 – Regue em abundância todo dia, até mais de uma vez, se quiser. Use água de torneira mesmo, sem frescura. Mas evite aquela que costuma sair morna demais logo nos primeiros segundos depois que se abre a torneira. Evite também a água que vem direto da rua, cheirando a cloro (use a da caixa d’água).
4 – Não “invente moda” com suas plantas: deixe-as quietas, evitando mexer nas armadilhas, permitindo que cresçam naturalmente (e lentamente, como é característica delas).
5 – Mudas muito pequenas, recém-adquiridas podem estranhar o novo ambiente, e o novo clima. Assim, tenha um aquário desativado com tampa de vidro disponível para mantê-las de quarentena, até produzirem os primeiros jarrinhos.
No mais, ao longo dos meses e anos, descobriremos características particulares de cada espécie, e assim poderemos compartilhar, com certeza.
Bom cultivo!