Estava pensando sobre as variedades de Dionaea e me surgiu uma dúvida. Pensem comigo. Vamos supor que a variedade Big Mouth (a de armadilhas grandes) tenha essa característica graças a um único gene recessivo, e não a mais de um, e que o mesmo ocorra com a Red Dragon (vermelha) sendo que essas características venham de genes completamente diferentes que não interfiram na expressão um do outro. Nesse caso não poderíamos cruzar Big Mouths com Red Dragons para formar uma planta vermelha de armadilhas grandes? Na geração F1 teríamos 100% de indivíduos normais, 50% deles teriam a copia do gene Red Dragon e 50% a do gene Big Mouth, sendo que desses 50% pelo menos metade teria uma cópia dos dois. Agora, se cruzássemos esses indivíduos da geração F1 que possuem uma cópia de cada gene não teríamos uma chance (sei lá quantos %) de na geração F2 termos uma planta homozigota com duas cópias de cada um dos genes recessivos e, portanto vermelha e “bocuda”? Estaria meu raciocínio correto? E se sim, não entendo porque nunca vi tal cruzamento.

Acabei de encontrar uma tal de "Giant All Red", talvez ela seja o que eu estava falando.





http://www.zeblai.org/articles.php?lng=fr&pg=1024

Bem Cristiano suas ideias e colocações foram bem interessantes, mas tenho que lembrar uma coisa, isso tudo é no papel, creio que na pratica não seja bem assim.
Achei bem interessante a colocação do experimento de Gregor Mendel, mas creio que o que se adequaria melhor à relação da Dionaea é a segunda lei de Mendel, diibridismo ou Lei da Segregação independente, em que não só um par de fatores(genes), mas dois ou mais sejam responsaveis pelas caracteristicas que você cita.
Também acredito que não se possa afirmar quais são os genes recessivos ou dominantes, pois existem aquelas excessoes onde o gene recessivo expressa suas caracteristicas sobre o gene dominante.

Senhores,

só pra complicar, além da questão de cruzamentos e expressão genica, temos um fator que Mendel não conheceu, a variação somaclonal oriunda das propagações in-vitro. Quando se faz inumeros repiques associados ou não ao uso de hormonios vegetais, pode dar essa variação, que interfere nos genes, e na expressão deles. Creio que varias destas variedades podem ter sido oriundas de propagação in-vitro. Em outras plantas, variedades com muito vermelho, albinas e variegatas são oriundas deste processo.

Tudo o que foi falado deve ser levado em consideração, porém, acredito que o que mais pode complicar essas cruzamentos deve-se ao fato(citado pelo Arthur) o que mais dificulta, acredito que essas variações não devem-se somente há um gene "Xx" por exemplo, talvez seja um gene "XxYyWwZz" o que dificultaria e muito o cruzamento já que todos os genes recessivos deveriam existir no novo indivído para haver o híbrido desejado. Mas existem chances de cria-los, não é impossível!

Abraços, Bruno.

Concordo com o Bruno, não deve ser impossivel, mas também não deve ser facil a produção desse híbrido. E a respeito do comentário do Fabricio, já havia lido o efeito de hormonios no ser humano, principalmente da carne de frango, não imaginava que hormonios usados na propagação vegetal também tinham estes efeitos.
Outra coisa que vale citar é que talvez essas caracteristicas ( armadilha gigante e vermelha) não derivem do genótipo (conjunto de genes que definem as caracteristicas,o código de barras, da constituição gênica de uma pessoa/planta) e sim do fenótipo (caracteristicas resultantes da expressão dos genes do organismo, da influência de fatores ambientais e da possível interação entre os dois).

Olá pessoas,

dêem uma olhada sobre uma breve explanação sobre variação somaclonal aqui neste link: http://en.wikipedia.org/wiki/Somaclonal_variation


Pelo que pude perceber em vários fóruns e sites estrangeiros, grande parte do cultivo e multiplicação das DIONAEA são por cultivo in-vitro, mesmo de variedades comuns. E grande maioria deste cultivo in-vitro é por regeneração de explante, geralmente por alguma parte da folha, mas já vi casos ate com raizes, e com isso forma-se calo ou calus como citado no texto, e a formação da planta se faz pela regeneração do calo. Não só o hormônio, mas como a manutenção por muito tempo em cultivo. Os protocolos de micro-propagação citam até no máximo 3 a 5 repiques para o tecido que se usou para clonar as plantas. A partir dai pode começar a aparecer a variação somaclonal, que em alguns casos é indesejável, ou desejável como o aparecimento de novas variantes.

Bom pessoal a teoria já está ai, dá/não dá, alguém se propõe a tentar? Para que possamos vislumbrar os resultados.
Seria fantástico até mesmo novas variedades.

Bora fazer uma fascinante mistura de Dionaea Muscipula com a Drosera Filiformis e uma Stapelia? Quem sabe não nasça uma Dionaea fedida que atraia mais mosquitos com os talos cheios de tricomas pegajosos