Olá pessoal,

Vcs já devem estar cansados de esperar por essas fotos, então vamos a elas sem enrolação...
Na primeira parte desse relato, apresentei as espécies de Utricularia e Genlisea que vimos nessa viagem. Nesse tópico vou apresentar as espécies de Drosera que vimos dessa vez.
O Cipó é o lugar mais rico em espécies de Drosera no Brasil, são 11 espécies e 13 taxons no total (uma variedade e um híbrido), dessas, duas são endêmicas dessa região montanhosa.
Vamos às fotos:
Apesar do nome e da fama, Drosera communis não é das mais communis no Cipó, provavelmente por causa do tipo de habitat preferido por essa espécie, bastante e constantemente úmido durante o ano todo, não ser dos mais comuns por alí. No entanto, quando encontra esse habitat, ela se torna bastante comum, formando grandes populações:


Crescendo na água, o que faz com que seu caule fique mais alongado:


Crescendo sobre a rocha:


Uma das espécies mais comuns no Cipó é, sem dúvida, Drosera hirtella var. hirtella. Essa espécie habita regiões onde o solo permanece bastante úmido no verão, mas que seca completamente no inverno, época em que pode perder todas as folhas e entrar em dormência para esperar pela próxima estação das chuvas, vivendo nessa época das reservas que faz nas suas raízes. Naquela época do ano, no entanto, elas estavam a pleno vapor, terminando, algumas, iniciando a floração:
Em solo mais úmido


Em solo mais seco e pedregoso


Com haste floral já grande


Notem a curva acentuada na base, uma característica dessa espécie


Aqui, a haste se formando, a princípio na horizontal, para formar a curva


E a flor, que nessa espécie é sempre rosa (ao contrário de D. communis, cujas flores variam na cor, do branco ao rosa)

Bem menos comum do que se imagina, também, é Drosera montana. Essa pequena espécie geralmente anual também prefere ambientes que secam completamente no inverno, sendo quase impossível vê-la nessa época. Em abril nós vimos alguns poucos indivíduos, a maioria com hastes florais velhas, mas algumas com hastes novas.
A roseta


A haste floral se formando


Muitas vezes confundida, porém bastante diferente muito mais abundante, Drosera tomentosa habita diversos ambientes, sendo a espécie mais comum e uma das mais adaptáveis da Serra do Cipó. Essa espécie habita desde brejos que permanecem úmidos o ano todo até solos que ficam bastante secos no inverno, mesmo nesse caso, ela nunca entra em dormência, apenas reduz bastante em tamanho (podendo ficar menor até que as pigméias - vejam fotos no tópico da minha viagem de Julho de 2008 uma planta inteira, com haste floral e flor aberta, menor que uma moeda de 10 cents).
Um pouco da variação no habitat dessa espécie:








Fechando as pequenas rosetinhas vermelhas, mais uma planta confundida com as duas anteriores, Drosera tentaculata. Essa espécie é, também, bastante comum no Cipó, ocupando desde ambientes bastante úmidos (mas nunca tão úmidos quanto aqueles ocupados por D. tomentosa) até ambientes extremamente secos, onde nunca se esperaria encontrar uma Drosera sequer. Apesar disso, é éxatamente na época de seca que essa espécie floresce, ficando bastante debilitada após a floração. Mas nessa época do ano (abril), elas estavam com rosetas grandes e bem formadas:


Bem seco:

Terminadas as plantas pequenas e que "parecer todas iguais", vamos para as mais interessantes, as plantas "grandes"!
O Cipó é um dos poucos lugares onde essas duas espécies irmãs ocorrem juntas, algumas vezes lado a lado. A primeira delas é Drosera camporupestris, essa bela espécie, com um vermelho intenso, ocorre em ambientes úmidos e que mantém ao menos parte dessa úmidade o ano todo. É uma espécie bastante curiosa porque tem sempre no máximo 3 folhas ativas (geralmente são 2 ou 1 só) e raramente forma um caule longo. Algumas fotos:






Algumas plantas bem grandes crescendo embaixo de uma pedra:




Closes das folhas

Fechando as espécies, aquela que foi o grande espetáculo dessa viagem. Essa espécie é uma das maiores Drosera do Brasil, podendo atingir quase meio metro de altura graças a seu caule bastante longo, para escapar da sombra produzida pela grama. Ela é Drosera chrysolepis. Essa espécie é, também, bastante adaptável, ocupando desde ambientes muito úmidos, onde, em geral adquire um tamanho maior (dada a maior disponibilidade de água e a maior competição com gramíneas pelo sol), e ambientes muito secos, onde fica bem menor e com menos folhas (pelos motivos contrários aos anteriores).
Começando pelas plantas em solos mais secos, iguais aos de D. tentaculata:








Ficando mais úmido




Com mais grama










Mais úmido e mais grama ainda

Enfim, os monstrinhos















Pra fechar, alguns closes dessa magnífica espécie
















Uma pequena aranha em meio aos tentáculos



E o pôr-do-sol pra nos despedirmos desse incrível lugar


Abs,

Que lindas droseras!! Adoro as droseras vermelhas!! A foto do por do sol ficou espetacular!!

cara show de bola...

Parabéns

Ahhhhh otimo ver as Fotos, Paulo.

Com essas fotos agora da pra ver bem mais a diferença entre D. tomentosa e D. tentaculata, ainda que pela suas fotos as cores de ambas me pareçam variar dentro dos mesmos parametros (vermelho vivo ao vinho).

A melhor foto é a da flor de D. hirtella var. hirtella com o orvalho acumulado por debaixo das petalas das flores! Linda a imagem.

Fantasticas as camporupestres e as Chrysopelpis. Elas podem ser quase aquaticas em alguns lugares a ponto de dividirem espaço com Ep. dendrobioides pelo que da pra ver nas suas fotos.

não passou nos lugares onde ocorriam as shibata e as sp. cipó?


Um abraço

Adilson

Olá pessoal,

Obrigado pelos coments!


É o efeito da câmera, ao vivo as cores são bem distintas mesmo.


Resolvi guardar essas para posts futuros... hehehe


Abs,

Meu canéco hehehe.
Olha isso, as Drosera chrysolepis e Drosera camporupestris são maravilhosas, as outras nem se fala.
Maravilha de plantas e fotos.
Parabéns por nos mostrar esta beleza