Alô pessoal. To com uma dúvida aqui que gostaria de contar com a ajuda de voces.

Há um ano e meio atrás, mais ou menos, eu recebi umas sementes de D. natalensis, plantei elas separadamente, bonitinho como sempre, na estufa de germinação. Tudo como manda o figurino. Porém essas plantas já cresceram, floriram, deram sementes, novas germinações...enfim...espalhou! Com a minha falta de tempo no ano passado, principalmente no final do ano, a coisa saiu do controle.


Dá pra ver que este bog está meio abandonado, né? Isso vai ser resolvido depois da minha defesa, dia 17 agora. Pois bem, como não poderia deixar de ser, a spatulata se meteu aí no meio.


Agora, com um pouco mais de tempo livre, comecei a reparar umas coisas diferentes. Veja tem uma Drosera entre as spatulata e a natalensis que é um pouco diferente e um pouco igual as duas.
A spatulata (abaixo) tem o pecíolo mais alongado e projetado pra cima, o centro da planta tem bastante pelos e, por mais que pegue sol, as folhas continuam verdes. A natalensis (em cima, a direita) tem os peciolos um pouco peludos, folhas baixas e bem vermelhas.


Já a Drosera que cresceu entre/junto com a natalensis e a spatulata tem o peciolo mais largo, as folhas sao baixas e um pouco avermelhadas e com pelos pouco desenvolvidos, tanto no centro quanto no pecílo.
[/list]

Olhei aquele cladograma que você fez Fernando, não encontrei a spatulata lá, como tem um milhao de coisas consideradas variedades de spatulatas....

Enfim, isso aí pode ser só variação, ou há um híbrido em potencial nessa mistureba?

Conto com a ajuda de voces.

Abração

Hello Cleo!

A D.spatulata e todas suas variações parecem encontrar-se filogeneticamente na bifurcação dos ramos diploide com o tetraploide brasileiro e poliploide africano. Por isso ha grande chance de poder hibridizar D.spatulata com as especies africanas como D.natalensis.

Mas a tua planta mais verdinha (híbrido) ta mto parecida com a vermelhinha (D.natalensis). Vamos esperar para ver flores e sementes.


Abs, Fernando

caramba! Nem imaginava que a spatulata era cheia de "ploidias", é uma suruba danada isso aí né!

Engraçado foi que o que primeiro chamou minha atenção foi a flor mais escura dessa planta. Daí que me liguei no resto. Vou esperar as sementes.

Abração.

Eu nem tava falando em ploidias de espatulata acima, hehehe! Mas já que vc tocou no assunto, conhecem-se spatulatas de 2n=20 e 2n=40.

Uma vez eu analisei uma spatulata que tinha 2n=30, possivelmente era um hibrido entre a diploide e tetraploide.

Abs, Fernando

Continua sendo uma bela duma suruba!!

Ah, vc sabia das spatulatas de 2n=60 e de 2n=50??

A D.tokaiensis antigamente pensava-se ser uma variedade de D.spatulata. Só depois percebeu-se que ela tinha 2n=60 e que na verdade havia se originado de um cruzamento de D.rotundifolia (2n=20) com D.spatulata tetraploide (2n=40). O hibrido resultante é esteril e possui 2n=30. Mas algum erro celular fez com que um ancestral de D.tokaiensis dobrasse o numero cromossomico de 2n=30 para 2n=60 e assim ficou fertil pois cada cromossomo passou a ter seu par na meiose!

De vez em quando D.tokaiensis ainda forma hibridos estéreis com D.spatulata tetraploide, formando plantas com 2n=50.

Abs, Fernando

Que troço de louco. Que facilidade pra mudar o número cromossomico né?! não imaginava que pudesse haver tanta variação.

Abração

E é mais louco ainda nas micro-droseras e nas petiolaris, onde existem espécies com multiplos números e até numeros ímpares!!

Uma curiosidade de Drosera: os cromossomos delas não tem centrômero!!! Bom, na verdade tem multiplos centrômeros espalhados pelos cromossomos

Abs, Fernando

Nossa, eu achava que eram sempre um centromero por cromossomo, mas meu conhecimentos se restringem só aos do segundo grau e mais um pouquinho.

E as dionaeas! Conte conte