Olá pessoal.
Tô entrando de gaiato na conversa, e ainda por cima para resgatar uma polêmica anterior...

Concordo com as técnica de conservação "ex-situ", entre elas o cultivo, desde que seja feito de maneira ordenada e com as devidas permissões. O prblema é a gente querer cultivar espécies nativas e não conseguir, enquanto tem um monte de site gringo vendendo variedades e cultivares obtidos através de SEMENTES PIRATEADAS DO BRASIL! Mas não se iludam, a gringaiada nem tem que vir prá cá prá coletar as sementes...são brasileiros que as enviam pelo correio!!!

Por favor, cuidado com isso galera... A gente pode estar deixando de descrever espécies novas brasileiras por causa da bio-pirataria de plantas carnívoras nativas!

Abraços,


Dennis

Pessoalmente, sou contra essa "reserva de mercado". Acho mto egoísta, pois as únicas pessoas q potencialmente saíriam ganhando com isso sao os pesquisadores preguiçosos e lerdos. Pra mim, qto mais rápido se divulgue a existência de espécies novas, melhor. Melhor para nos que curtimos PCs, melhor p/ a ciência e melhor p/ a própria espécie em questao.

Nossa biodiversidade é grande demais pra ser estudada apenas por pesquisadores locais -- grande demais até p/ todos os biólogos do planeta! Qto mais gente participar no estudo de nossa flora/fauna, melhor p/ o país e para o mundo.

Abs,
Fernando


P.S. O fato de mta gente no exterior ter conseguido manter as espécies nativas de PCs em cultivo não deveria ser visto como um desmérito deles -- pelo contrário! Parabens a eles q fizeram isso, enqt no Brasil durante mtos anos ninguem se interessou. Por sorte não ficamos esperando alguém se interessar, pois graças à disponibilidade desse material em cultivo no exterior, vários trabalhos importantes publicados por estrangeiros e tbm por brasileiros tem sido possíveis nos últimos anos. Por exemplo, aquele em q descobriu-se q Genlisea tem o menor genoma entre as angiospermas. Esse fato em si tem gerado inumeros outros estudos, inclusive o sequenciamento de um genoma inteiro no ano passado, da 1a PC:G.aurea!

Bom, respeito sua opinião Fernando, mas sou veemente contra darmos de bandeija o nosso rico material da flora carnívora pros gringos estudarem. E como ficam os pesquisadores brasileiros, que não são preguiçosos de jeito nenhum, só não recebem o merecido apoio institucional e financeiro do governo brasileiro??? Foi através de pesquisas brasileiras que espécies de Drosera e Utricularia foram descritas, o que possibilitou que nós a conhecessemos. O patrimônio genético da biodiversidade brasileira é por direito nosso, e deve sim ser estudado, descrito e divulgado, mas por pesquisadores brsileiros. Daqui a pouco algum pesquisador estados-unidense ou alemão vai querer patentear o genoma das espécies brasileiras de plantas carnívoras e exlorá-lo para ganhar dinheiro, como foi feito com o Urucum (que os Ianomami usam a muuuito tempo prá pintar o corpo) e o que a Monsanto está querendo fazer com alguns genes de porcos.
O resultado final da exploração dos recursos genéticos da nossa flora pode até ser a divulgação e o acesso a nós, cultivadores/colecionadores, mas a que custo? Continua sendo BIOPIRATARIA!!!
O que devemos fazer é estimular as pesquisas com plantas carnívoras no Brasil e pressionar o governo, de diversas formas, para que existam condições adequadas para pesquisas de ponta em todas ou na maioria das instituições de pesquisa. Na verdade, em várias instituições existe a infra-estrutura adequada, mas o fornecimento de bolsas de pesquisa é muito seletivo, e muitas vezes "viciado"....
Você tem o mérito de ter realizado o fantástico trabalho de descrição várias espécies de plantas carnívoras brasileiras, e teve a felicidade de ter tido condições de fazê-lo (pelo menos na grande maioria dos casos) sem a dependência de bolsas de pesquisa, mas casos como esses não ocorrem muito no Brasil...

Grande abraço,

Dennis

Dennis,

A coisa não precisa ser tao preto-e-branco. Brasileiro tem tendência a se fazer de vítima do mundo, sempre achando q todos os estrangeiros sao parasitas querendo roubar tudo do Brasil e ficar ricos patenteando e vendendo. Esses casos sao raríssimos e fogem à regra. E vc conhece alguém q conseguiu iss com PCs? Até mesmo gente do calibre do Andreas Wistuba, q vende montes de PCs, está longe de ser milionario -- talvez pq gasta tudo com mais viagens de pesquisa pelo mundo, rsrsrs!

Anyway, a maioria dos pesquisadores estrangeiros adoraria fazer colaborações com os brasileiros, inclusive financiando viagens de coleta. O q complica é nossa legislação q criou essa paranoia da biopirataria na cabeça dos brasileiros. Portanto não é caso de "um ou outro" e sim de formar parcerias, aproveitar q tanta tanto estrangeiro disposto a ajudar a financiar pesquisas com nossa flora e fauna. Todos sairão ganhando com isso, especialmente a preservação de espécies nativas através do maior conhecimento.

Mas se tiver q escolher mesmo entre um OU outro, eu fico mesmo com o conhecimento mais rápido -- independente da fonte. Acho melhor q alguns pesquisadores nacionais saiam perdendo numa suposta "corrida de publicação" do q a espécie em questão seja extinta antes mesmo de ser conhecida pela ciência.

Pra mim é a natureza em 1o lugar neste caso.


Abs, Fernando

Fernando,

Veja bem, não sou contra parcerias de brasileiros com estrangeiros em pesquisas. Eu inclusive vou tentar alguma num futuro próximo, devido às questões de falta de bolsas aqui no Brasil que já comentei anteriormente... O problema é o direito sobre o patrimônio genético das espécies, que tem que ser mantidos no país de origem, ao meu ver.
Quando comentei sobre a importância de estimular a pesquisa de plantas carnívoras no Brasil, foi justamente com o objetivo de priorizar a conservação dos habitats dessas plantas! E se só formos procurar parcerias estrangeiras e mandarmos material pros gringos pesquisarem, o enorme potencial para a pesquisa científica no nosso país nunca será alavancado!!!

Pelo menos temos dois interesses em comum: plantas carnívoras e conservação de seus habitats...Heheheh!

Abraço!

problema é q o governo prefere fazer as bolsas de auxilio presidiario, sem teto, sem moradia e tudo mais q gera voto nas eleições.
Investir onde realmente vale a pena..... deixa pra depois.

Falou tudo: o importante sao as PCs e a conservação de seus habitats! ;)

A questao de partimonio genético e biopirataria está tao "quente", q dificilmente vc vai achar pesquisadores no exterior dispostos a se queimar fazendo algo ilegal. Inclusive as revistas estao cada vez mais pegando no pé p/ q as publicações estejam dentro da lei do país de onde vieram as plantas. Nem as empresas farmaceuticas querem se meter nesses rolos fazendo coisas ilegais.

Por isso, não se prenda por medo de biopirataria. Se souber de algum estrangeiro q está pesquisando espécies nativas, mto provavelmente esta pessoa está SECA por parceiros de pesqusia no Brasil e mto provavelmente ninguem vai roubar nada se vc mandar material vivo,s eco ou DNA pra fora.

E isso não impede (pelo contrario estimula) a pesquisa no Brasil atraves de mais recursos e mais cabeças trabalhando juntas num mesmo problema -- ou até mesmo um pouco de competição, q nunca é ruim! ;) Afinal, não falta assunto pra se estudar com nossas PCs e não é uma publicacao ou outra por estrangeiros q vai nos roubar trabalho.

Aliás, mtas dessas publicações até nos ajudam a conseguir mais verba, mostrando q é assunto de interesse internacional e q se o governo brasileiro não financiar, os gringos vao publicar, hehehe! ;)


Abs,
Fernando

Eu ia dar uma olhada no tópico em função da heliamphoras e me deparei com essa discussão.
Embora não seja biólogo, mas psicólogo, estou envolvido no 'meio' da produção de conhecimento
('pesquisa') e o que tenho verificado é a pressão do MEC, via CAPES sobre os cientistas ('pesquisadores').
Eias alguns destaques:

1) Há uma pessoa em cargo muito importante no país que pretende um cargo na ONU ao final de 2010, o que
felizmente não deve acontecer após essa pessoa ter se omitido diante da morte de um manifestante e ter comparado
presos políticos a presos comuns, espero que as pessoas da ONU tenham um mínimo de 'bom senso'.

2) Apesar dessa 'alopragem' permanece a ênfase do MEC em aumentar a visibilidade sobre o Brasil no exterior,
publicar fora do país seria um meio de aumentar a visibilidade sobre o país.

3) Até aí tudo bem, pois discute-se com mais pessoas, porém isso deveria ser feito sem desvalorizar o que é publicado
dentro do país, que em geral é afetado por essa produção de conhecimento. Há muitos pesquisadores 'delirantes', que
estão produzindo informações para 'completar pesquisa' de outras pessoas, sem olhar para o que acontece fora da sua
janela.

4) Não se trata de 'patriotada' (como cantar o hino só na copa), a função da Universidade é produzir melhorias na Sociedade
e, como aluno de pós-graduação tenho visto muito pouco disto. Como professor praticamente não vejo, o que vejo mais é
um 'produzir informação' apenas para ter mais linhas no Currículo Lattes.

5) Vale ressaltar que não estou indo contra a 'pesquisa básica' em Biologia, até porque a dicotomia 'básico-aplicado' é coisa
burocrática, o que existe é produção de conhecimento, aplicada a curto, médio ou longo prazo.

6) Espero que os biólogos nacionais e estrangeiros possam contribuir mutuamente na produção de conhecimento, como o Fernando
tem feito, é alarmante que os brasileiros considerem qualquer cientista como 'pirata' ... ... em especial pelo paradoxo de que a maioria
das plantas que cultivamos e animais que criamos neste país vem do exterior. O quanto pagamos de "Royalties" aos africanos pela
vasta produção de café produzida no Brasil?

Um abraço.

Nossa! Mto bem falado! Isto é, escrito.

Abs,
Fernando