Well, Pueblo, Esse mes de Janeiro e começo de Fevereiro eu fiz umas andanças pela serra da mantiqueira. Um dos lugares foi Aiuruoca, e o outro, Ibitipoca (não poderia faltar!) Como tem muita coisa pra mostrar, (muitas fotos pra ajudar o Fernando com a crise de abstinência dele!!!) vou dividir meu relato em 3 partes, começando por Aiuruoca e mais especificamente da subida ao Pico do papagaio, na Serra do Papagaio.

A Serra do Papagaio abriga um parque estadual, ainda sem nehuma infraestrutura e pouco visitado (ainda bem!) Suas altitudes se encontram entre 1.100 ate 2.350 metros, e seu aspecto geral lembra muito as montanhas de granito da cidade do Rio de Janeiro. Ela tem uma serie de cumes de formato arredondado dos quais se destacam o Pico do Papagaio (2.100 mts) E o Pico do Bandeira (2.350 mts, e não confundir com o DA Bandeira, da serra do Caparao). Para alcançar ambos os picos, e necessario subir pela serra por dois caminhos diferentes. O Caminho que conduz ao pico do papagaio atravessa uma pequena parte de cerrado de altitude ( de 1.300 - 1500 mts), mas e feito principalmente atravessando grandes porções de mata atlântica nas encostas da serra (1500 - 1800 mts) e depois campos de altitude, alagados turfosos, campos rupestres e pequenos capões de mata baixa (1900 ate 2100 mts). O Percurso e MUITO ingreme, cansativo e perigoso em algumas partes, mas e recompensador pela quantidade de Carnivoras, orquideas, Bromelias, melastomataceae, Gesneriaceae e outros matinhos bonitos.



Aqui uma foto mostrando a serra, e seus paredões ingremes. A esquerda esta o Pico do Papagaio e a direita, o Pico do bandeira.
Subimos uma montanha ao lado da serra, que dava passagem a ela. Saimos de 1.100 ate aproximadamente 1300 mts, e começamos a pegar formações de cerrado, dominadas especialmente por uma arvore chamada Candeia, onde junto a elas haviram varias orquideas tais como Oncidium warmingii.



Gafanhoto "Brasileirinho" E o povo de Ibitipoca vivia dizendo que era endemico de la..........



ARGhnnnnnnn inseto sinistro! Seria um Triatominideo? Vetor de doença de Chagas??? (so sei que perdi o sono por noites depois de ver esse bicho ai) Alguem identifica?



Depois que começamos a subir, a serra começou a juntar nuvens nos topos, ficamos com medo que chovesse, o que felizmente não aconteceu. Nessa foto me digam se a serra não ficou parecida com um tepui coberto de nuvens?

Quando chegamos a aproximadamente 1500 mts, no fimzinho do cerrado, começamos a ver estas Droseras, que com minha incompetencia pra poder distinguir especies do grupo montana, deixo para os especialistas (CARLOS, RODOLFO, FERNANDO) identificarem XD











Elas vegetavam em uma terra arenosa, em barrancos, onde era umido mas não encharcado. A cor delas era um vermelho- vinho tão escuro que dava vontade de comer. Agora são duas especies ou uma so?









Mais delas acompanhando o barranco do caminho por uma boa extensão do percurso.

um pouco mais adiante finalmente topamos com um pequeno afloramento de rochas por onde passava um riachinho. CLARO, apareceram utricularias!!!





Reniformis tinha aos montes, mas nehuma com flor.


Em compensação tinha um tanto de U. pubescens em sua forma mais que tipica, na beira dagua.










Mas o que tinha aos montes e estava dando show era U. amethistina! Estas foram as com a melhor forma tecnica que ja vi na minha vida: Flores grandes, com petalas bem arredondadas e com cores vibrantes. Enquanto a pubescens fica na beira dagua, a amethistina fica um pouco mais afastada, mas em terrenos bem umidos.








um pouco mais adiante encontrei delas crescendo submersas dentro de uma poça de agua parada, contradizendo o modo como a maioria crescia por perto




ali Tambem encontramos crescendo junto as amethistinas, as Droseras que haviamos visto anteriormente.



A partir dai começou uma sequencia longa de caminhadas por dentro de mata fechada. Claro que não encontraria carnivoras por la, a não ser que fossem Nepenthes higlanders XD. não achamos Nepenthes, mas logo de cara nas entradas ainda mais iluminadas das matas, a 1800 metros, comecei a ver pontos vermelhos nos galhos das arvores.



Nada mais nada menos do que Sophronitis coccinea, uma das mais apreciadas orquideas.



Achei ate essa interessante forma Xantoglossa (labelo amarelo).



não muito longe delas, na saida da mata, este lindo Oncidium donianum.



Depois de subirmos um bom pedaço por dentro de mata fechada, nos deparamos com vegetação mais rala, ate darmos de cara com uma subida ja em rocha nua a 1900 mts de altitude. Ali voltaram a aparecer Pcs, e ja eram as que eu havia visto em maior altitude ate hoje!



U. reniformis, e claro.......................

E pra minha surpresa, Genlisea aurea!!! Sempre achei que crescescem em altitudes menores.





A roseta delas era menor do que as que eu costumo ver aqui pelo centro oeste.
junto delas, crescia bastante Epidendrum dendrobioides.



Eu fiquei atento por U. geminiloba e U. nelumbifolia, mas não havia nehuma delas.


Depois disso subimos ainda mais, em um relativamnete estreito caminho de pedra nua com um precipicio ao lado (que foi um pesadelo pra mim que morro de medo de altura)




Depois disso a 2000 mts, se abria um campo de altitude digno de fotos da cordilheira dos andes.



Ali havia muitas orquides terrestres (habenaria) Sophronitis brevipendunculata nos arbustos (sem flores), e Maxillaria consanguinea onde havia afloramentos de rocha. E esta planta interessante, que os locais chamam "Poejo". Da uma linda flor e as folhas mascadas tem um sabor fortissimo de menta, que desobstrui as vias respiratorias.




Fiquei curioso por saber seu nome cientifico e familia.

Andamos ainda um bom pedaço entre campo de altitude, alagados turfosos com droseras e U. amethistina, e alguns bosques de mata fechada, mas nada de novo em termos de Pcs.

Nos alagados achamos este sapinho de barriga vermelha. Iamos andando e eles iam pulando aos montes na nossa frente, saindo do caminho e se escondendo na vegetação.






Havia esta Melastomataceae de flores gigantescas!

O resto da subida ate o pico revelou so mais U. amethistina em flor.


La encima o pico estava envolto em neblina, o que não nos possibilitou ver a paisagem ao longe.





Foi uma caminhada fantastica com muitas surpresas. Mas ainda não era o fim. Depois de descansar alguns dias, subimos o outro flanco da Serra, em direção ao Pico do Bandeira, que e ainda mais alto do que o Pico do Papagaio, e que revelou paisagens completamente diferentes. Esse relato fica para o proximo post!

Um abraço a todos

Adilson

Dessa vez o que me chamou mais a atenção, foi o sapinho
Seria ele um primo do sapo-flamenguista, símbolo do Parque Nacional do Itatiaia?
Essas d. montanas com esse tom vinho estão muito interessantes, por que será que adquiriram tal coloração?

MUITO BOOOOOM!!!!!

Cara, que legal, adorei!! Especialmente pq... tchan, tchan, tchan, TCHAN... EU NUNCA ESTIVE EM AIRUOCA!!! Hahahaha! P/ aqueles que acham q eu já explorei todos os cantos do Brasil: é faltou este!! hehehe!

Airuoca sempre estava lá na minha lista de lugares a explorar um dia, mas nunca calhou. Talvez pq está relativamente perto de SP... e eu sempre querendo explorar os lugares mais distantes de mim. Eu até já passei por estradas e subi montanhas de onde se viam estes picos de Airuoca, tenho fotos até.

Portanto fico mto feliz de ver fotos de PCs em um local q eu não havia explorado, onde até U.subulata seria novidade p/ mim, hahaha. Agora q não vou conseguir dormir mesmo, de tao elétrico q fiquei, hehehe.

Bom, vamos ao q interessa. Achei hiper curiosa a mistura de espécies nesta montanha! Algumas espécies que eu esperaria na Serra da Mantiqueira, como U.reniformis e D.montana e outras q eu esperaria ver mais ao norte em campos rupestres típicos com solo arenoso quartzítico, como U.amethystina e D.tomentosa.

Aliás, antes de mais nada, eu tentei identificar qual face vc escalou, usando o Google Earth, mas não sei se consegui... Olhando tua 1a foto (espetaculaaaaaar!!!) da serra vista de baixo, eu chuto que aquilo é a face nordeste da serra. É isso? E eu vi q tem uma estrada de terra que vem do norte e parece subir até o alto do Pico da Bandeira, onde parece ter uma tal "Pousada Lado de Lá". Vc viu isso?

Agora vamos às PCs... (Sorry Paulo, mas não vou conseguir segurar essa coceira e vou ter que identificar tudo, hehehe! Quem sabe vc não ache outra U.flaccida nas fotos!! ;) ). As 1as duas fotos são de D.montana var.montana, mas as 3 fotos seguintes são (surpreendentemente) de D.tomentosa var.glabrata!! Se não me engano, este é um novo récorde: o registro mais ao sul conhecido de D.tomentosa!! Ganhou de Ibitipoca, parabens! (Eu espero q tenha feito herbário de tudo, ou vamos ter q subir de novo, hahaha!) Parabens pelo olho clinico, ao sugerir q poderiam ser 2 espécies, pois elas são mto parecidas.

Em seguida tem mais 4 fotos de D.montana var.montana, seguidas por 2 fotos de U.reniformis e de U.pubescens (todas espécies esperadas nesta região, nenhuma surpresa). Mas aí vc vem com fotos de uma porrada de lindas U.amethystina c/ uma cara típica da forma nativa à região central de MG, na Serra do Caraça por exemplo. Não tô achando nos meus registros nenhuma coleta minha de U.amethystina nesta região do sul de MG... E mais ao sudoeste eu só conheço coletas daquela forma minúscula de U.amethystina c/ flores brancas ou lilases. Esta forma grandona foi uma surpresa total p/mim em Airuoca!!

Daí tem umas fotos de matos não-carnívoros (hehehe!), uma U.reniformis e em seguida lindas G.aurea! Apesar de rara nesta região, ela já foi coletada em alguns lugares sim. Eu conheço uma população legal em Campos do Jordão e lembro de uma coleta ou outra na Serra dos Órgãos. Mas como estou sem minha literatura ainda, não sei dizer onde mais ela já foi encontrada por aí... Alguem tem os trabalhos da Elza Fromm-Trinta em mãos???

Qto às fotos de bichos, fiquei surpreso de ver aquele sapinho de Itatiaia lá no alto. Parece ser ele, não? Bom, Itatiaia não está tão longe... Ah, eu entendo vc ter medo de alturas (algo q pareço estar adquirindo aos poucos c/ a idade...), mas vc perder sono por causa de uma maria-fedida foi fogo, hahaha!

E diga aí, qto tempo vcs demoraram p/ subir ao alto do pico? Foram e voltaram no mesmo dia? Pelo Google me parece q dá p/ atravessar de lá p/ o Pico da Bandeira, será?

Agora quero ver as fotos do Pico da Bandeira!! O que será q achou de diferente por lá??? E quais eram iguais? Eu vou chutar q encontraram D.ascendens e talvez D.communis. Mas eu espero mesmo é que tenham visto G.violacea e quem sabe até U.longifolia... ;) Sem falar naquela misteriosa coleta de D.brevifolia em Airuoca pela Alice Ono (mãe do Marcos Ono) uns anos atras. I can't wait, coloca logo aí cara!! ;)


Abraços e parabens!!
Fernando Rivadavia

lindas flores. eu amo orquideas

Olá Adilson,

Mandei o link desta página p/ meu amigo Andreas F. na Alemanha e um colega dele de laboratório pirou c/ tuas fotos do "poejo". Disse ser uma tal de Hesperozygis myrthoides, mas eu só achei H.myrtilloides na internet.

Abs, Fernando Rivadavia

Fala Adilson



Incrível!!!!


Fiquei sem comentários (até porque o Fernando já identificou tudo, hahaha!).

Mas o melhor mesmo é saber que existe um lugar desses tão perto daqui! Agora que estou habilitado a dirigir armas, ops, digo, veículos automotores, poderei explorar melhor alguns lugares por aqui... (e, quem sabe, achar a misteriosa D. brevifolia).

Abraços,

Aeeee Paulo, parabens pela carteira de motorista!!

Agora é só juntar a galera (ou não) e sair procurando PCs nos weekends! E ai, quem se arrisca... quero dizer, se oferece a sair com o Paulo numa viagem de carro por estas estradas cheis de curvas na Serra da Mantiqueira???? Pelo menos acho q ele vai dirigir bem devagarzinho e quem estiver de passageiro vai poder escanear com cuidado todos os paredões e barrancos na beira da estrada! ;) Bom, pelo menos a época de chuva já está no final, mas evite as estradas de terra no início, hehehe! Eu lembro bem (nos meus piores pesadelos) as minhas primeiras aventuras de carro em estradas de terra... aliás de BARRO!! Que medo!!

Abraços, Fernando Rivadavia

Fernando


Que bom que gostou do relato e das plantinhas que eu tropecei por la


A foto e minha subida pela serra se deram pela face Norte - noroeste dela. A estrada não chega ate as partes da serra por onde andei, mas ela atravessa partes mais perifericas da serra onde antigamente eram pastagens de fazenda. Essa pousada Do lado de la fica justamente por ai e a estrada leva ate ela. Ela fica a 1900 mts de altitude e tem a fama de ser a pousada mais alta do Brasil. A questão pelo que me fofocaram na cidade e que ela esta dentro da area do parque e das areas naturalmente preservadas da mantiqueira (acima de 1800 mts), e ja levaram a tempos ultimato de fechar o negocio e deixar o lugar. Mas como o IEF ainda não esta fazendo nada la por Aiuruoca, eles vão funcionando enquanto a justiça não mandar trator la pra botar tudo abaixo (e explorando os turistas com as diarias mais caras que ja vi na minha vida).


Realmente achei que pudesse ser D. tomentosa, mas elas eram um tanto diferentes das que eu tenho aqui em casa e que havia visto em Grão Mogol. Eram menores e com a haste floral totalmente glabra. As de Grão mogol tinham pelos bem visiveis ate a metade da altura dela mais ou menos. Realmente o solo não era quartzitico, tinha uma composição bem diferente, mas era arenoso com certeza.
hahaha e eu não Fiz material de herbario ATE PORQUE UMA CERTA PESSOA FICOU DE ENSINAR PRA GENTE COMO FAZER E NECAS ATE AGORA, SABE????
De qualquer forma eu vou voltar la no meio do ano pra acampar alguns dias na serra mesmo e posso pegar o material e enviar pra UNB na volta.

As amethistinas realmente chamaram muito a atenção de todos la. Pois existiam aos milhares. Quando subimos no outro flanco da serra, simplesmente a partir de 1400 mts, elas acompanhavam a estrada por kms nas beiradas dos barrancos, a maior parte com essa forma de flores grandes. Eu realmente levei um susto, pois em Ibitipoca as amethistinas são raras e todas de flores pequenas e desinteressantes. E como havia dito, encontrei delas ate 2.100 metros, ao redor do pico, nascendo nos aglomerados de turfa nas rochas (qual foi a maior altitude que ja encontraram delas?)

E as genliseas aurea? Campos do jordão esta a 1700 mts de altitude, e essas que encontrei estavam beirando 2.000 metros, tb pergunto qual a altitude maxima que ja foram encontradas?

ahahah não subestime os poderes diabolicos das marias fedidas! Achei depois delas na cidade, e ja fiquei me perguntando se Aiuruoca não poderia ser um foco de doença de chagas! Dai acabei dormindo de luz acesa, com um olho aberto, outro fechado e uma faca na mão pra me defender! XD XD xD

A caminhada pro pico durou um dia inteiro e foi bem extenuante, pois eram 10km so de ida, basicamente feito a maior parte em subidas em terreno desfavoravel. Desta vez não fui preparado pra acampar, mas vou corrigir isso no meio do ano, pois, como não tem infraestrutura do parque, da pra acampar la dentro (o que infelizmente ja não e mais possivel em ibitipoca por exemplo). E possivel sim caminhar de um lado ao outro da serra pelo topo, Mas isso levaria um dia inteiro caminhando sem parar e não daria pra pararmos a cada 50 mts pra fotografarmos plantas, bichos, observar e curtir o que a biologia do local tinha pra oferecer, sem pressa. Por isso escolhemos fazer em 2 dias diferentes.


Valeu por ter conseguido identificar o Poejo, Fernando! O povo local um pouco que cultua aquela planta como um santo remedio pra uma porrada de doenças. Eles ja tentaram planta-la de tudo que e jeito na cidade e nas fazendas mais altas em volta, mas sem sucesso. Ela e muito restrita com relação ao habitat, nascendo em uma faixa estreita de altitude (entre 2.000 e 2050 mts mais ou menos) Encima de solo arenoso-turfoso. Mascar as folhas e como chupar um halls de menta MUITO forte e refrescante!

Hello Adilson!!

>A foto e minha subida pela serra se deram pela face Norte - noroeste dela.

Valeu!


>A estrada não chega ate as partes da serra por onde andei, mas ela atravessa partes mais perifericas da serra onde antigamente eram pastagens de fazenda.

Bom, pelo jeito vc subiu (ou passou) pela estrada p/ o Pico da Bandeira... Aguardo o relato! ;)


>Realmente achei que pudesse ser D. tomentosa, mas elas eram um tanto diferentes das que eu tenho aqui em casa e que havia visto em Grão Mogol. Eram menores e com a haste floral totalmente glabra. As de Grão mogol tinham pelos bem visiveis ate a metade da altura dela mais ou menos.

É, tem mta variação entre as D.tomentosa! Lá em GM mesmo tem duas, uma menos peluda (var.glabrata) e uma mais peluda (var.tomentosa). A de Airuoca parece ser o extremo da var.glabrata, apenas c/ pelos glandulares.


>hahaha e eu não Fiz material de herbario ATE PORQUE UMA CERTA PESSOA FICOU DE ENSINAR PRA GENTE COMO FAZER E NECAS ATE AGORA, SABE????

Esse seria eu??? Putz, foi mal! Mas tenho certeza de já ter escrito isto algumas vezes neste forum... Bom, é simples: basta colocar entre folhas de papel de filtro umas 5-10 plantas, de preferencia plantas adultas c/flores, representando extremos de tamanhos (folha, caule, inflorescência, etc) e numeros (de flores, de folhas, etc.) daquela população.

Antigamente eu carregava nas trilhas um prensa de herbario enorme, separando o papel c/ papelao e fechando tudo c/ corda. Depois passei a deixar a prensa no hotel e levava comigo apenas um caderno de campo e folhas avulsas de papel de filtro ou até mesmo filtros de cafe. Separo as plantas de lugares diferentes pelas paginas do caderno, cada especie dentro do seu filtro de café, e anoto nome, local, data, etc. no papel de filtro.

A noite organizo tudo melhor colocando na prensa de herbario e depois quando volto p/casa faço uma ficha p/ cada coleta com informações mais completas com um paragrafo sobre o local (estado, municipio, montanha, trilha, km da estrada, posicao de GPS, altitude, etc.) e outro sobre o ambiente (brejo, barranco, pedra, areia, musgo, seco, úmido, encharcado, espécies simpátricas, cerrado, restinga, etc.). Ponho a data da coleta, quem coletou, numero de coleta (começa com 1 e daí vai...), nome da planta e quem identificou. Se quiser te mando um exemplar. Mas o Vitor B. já está craque e pode te ensinar! ;)


>De qualquer forma eu vou voltar la no meio do ano pra acampar alguns dias na serra mesmo e posso pegar o material e enviar pra UNB na volta.

Hmm, mas até lá a U.amethystina talvez vc já não vai ver e talvez nem a D.montana, vai estar mto seco. Outras podem não estar c/ flores, como G.aurea e U.pubescens. Mesmo indo a um lugar varias vezes, gosto de fazer herbario dos mesmo locais, como registro de como as plantas estavam naquele periodo do ano. Assim, quem fizer estudos posteriores poderá melhor dizer quando é época de floracao, por exemplo. Mas quem sabe vc veja outras PCs q não viu agora. Boa sorte!


>Eu realmente levei um susto, pois em Ibitipoca as amethistinas são raras e todas de flores pequenas e desinteressantes.

não estou achando nenhum registro de U.amethystina nas minhas coletas em Ibitipoca... Espero q tenha tirado fotos!


>desinteressantes. E como havia dito, encontrei delas ate 2.100 metros, ao redor do pico, nascendo nos aglomerados de turfa nas rochas (qual foi a maior altitude que ja encontraram delas?)

Boa pergunta! Deixa eu ver... Quais outros picos altos tem U.amethystina? Bom, elas gostam de crescer no alto de picos, mas não lembro de outros tao altos com ela... Na Serra do Caraça tem -- ou melhor, tinha. Talvez ja estejam extintas juntas com D.graminifolia e outras devido às mineradoras vizinhas. Mas os picos do Caraça não chegam a 2100. Nem o Pico do Itambé. Em Itatiaia eu nunca vi e no Caparaó (q é mais alto) tem uma planta estranha que eu preferiria chamar de U.tridentata ou U.tricolor. É... acho q vc bateu outro recorde!


>E as genliseas aurea? Campos do jordão esta a 1700 mts de altitude, e essas que encontrei estavam beirando 2.000 metros, tb pergunto qual a altitude maxima que ja foram encontradas?

Hmmm, talvez vc tenha um terceiro recorde... Deixa eu pensar... Hmm, acho que não. Na serra dos Órgãos nunca vi mas é provavel que cresça nesta altitude ou mais. No Morro do Barbado na Chapada Diamantina acho que talvez tenha G.aurea ao redor desta altitude, não lembro direito. Ah, mas no Caparaó deve ter mais alto sim, deixa eu checar... AHA! Aí o recorde continua meu hahaha! Achei G.aurea a 2550m no Caparaó!

>ahahah não subestime os poderes diabolicos das marias fedidas!

não subestimo não, afinal eu já COMI uma maria fedida gigante FRITA lá na Africa! BLARGH!


>A caminhada pro pico durou um dia inteiro e foi bem extenuante, pois eram 10km so de ida, basicamente feito a maior parte em subidas em terreno desfavoravel.

Mas foram e voltaram pelo mesmo caminho ou trilhas diferentes?


>Desta vez não fui preparado pra acampar, mas vou corrigir isso no meio do ano, pois, como não tem infraestrutura do parque, da pra acampar la dentro (o que infelizmente ja não e mais possivel em ibitipoca por exemplo). E possivel sim caminhar de um lado ao outro da serra pelo topo, Mas isso levaria um dia inteiro caminhando sem parar e não daria pra pararmos a cada 50 mts pra fotografarmos plantas, bichos, observar e curtir o que a biologia do local tinha pra oferecer, sem pressa. Por isso escolhemos fazer em 2 dias diferentes.

Olha aí uma travessia que deve valer a pena fazer com calma, em 2-3 dias!! ;) Paulo, pare de dirigir e volte a andar p/ ficar em forma até julho, OK? ;)


Abraços, Fernando Rivadavia

E essas excicatas vão para qual herbário?