
Re: Híbridos de Nepenthes
Caio Vinicius escreveu:
... 1º Segundo o artigo postado pelo Miguel Pandini, apenas os híbrido naturais recebem o X no início do nome. Como saber se um híbrido é natural ou artificial?
2º Essa Xgothica do Ono é o resultado de qual cruzamento?
3º Essa Xaccentual koto do Ono é cruzamento artificial criado por ele? Nem no CARNIVOROUS PLANT PHOTO FINDER encontrei esta espécie.
4º O nome da N. Xmixta x khasiana? Escreve-se assim mesmo? Não tem nome definido?
Desde já, agradeço a colaboração...
Olá, Caio!
Obrigado por considerar o meu post, e fico feliz que ele tenha sido últil a você!

Bem, vamos às suas dúvidas, considerando confiável a fonte da minha pesquisa:
1º Para híbrido natural “X” é maiúsculo e não-itálico, e fica entre os nomes do gênero e da espécie conhecidos, deixando-se um espaço antes e outro depois do “X”. Se a denominação é diferente disso, então ou não é híbrido natural, ou está escrito errado, ou ainda se trata de cruzamento de pais desconhecidos;
2º A escrita usada aqui está errada: o correto é
Nepenthes ‘Gothica’, pois não é híbrido natural, e sim artificial com nome “comercial”. A comunidade científica faz algumas exigências para se dar um nome “oficial” a um híbrido que seria considerado natural, e quando essas regras são violadas, como no caso dessa planta, ela acaba com um nome escrito entre aspas simples, não itálico e começando com maiúscula;
3º A mesma situação do item 2: a grafia correta é
Nepenthes ‘Accentual-Koto’, e foi produzido por um japonês de nome Kawase, no Japão. Não é de se estranhar que não se encontre facilmente imagens dessa planta pois o cruzamento violou as regras, como me referi anteriormente;
4º É quase isso:
Nepenthes X
mixta x
khasiana, respeitando os espaços entre as palavras e letras (nenhum “X” ou “x” deve aparecer “colado” a nome de espécie), e os nomes em itálico. Esse é um híbrido artificial não nomeado (sem nome comercial), produzido a partir de um híbrido natural (
N. X
mixta) e uma espécia pura (
N. khasiana), ambos conhecidos. E você deve levar em conta que, para cruzamentos entre plantas dióicas, o nome da fêmea vem primeiro. Assim, na indicação acima, teríamos que a
N. X
mixta é a fêmea. Ao contrário, o nome seria escrito
Nepenthes khasiana x X
mixta. O nome fica esquisito, mas não é difícil de entender: o “x” minúsculo significa “cruzamento”, enquanto que o “X” maiúsculo significa “híbrido natural” e faz parte do seu nome. Desconhecendo-se quem é o pai ou a mãe, eu particularmente coloco as espécies em ordem alfabética, por comodidade.
Alías, comodidade é o que mais se vê no nosso fórum na hora de escrever os nomes das plantas, infelizmente. Além, é claro, do português de uma maneira geral...
Lembro, ainda, que o
itálico também pode ser substituído pelo
sublinhado, sem qualquer problema.
Essas regras estão de acordo com o livro “Nomes de Plantas - Um guia para a Nomenclatura Botânica” (Lumley e Spencer, 1995), e são adotadas pelas editoras para publicações científicas. No meu blog eu tenho um
post com isso bem detalhado, resultado de uma tradução cuidadosa. O endereço é este:
http://nepentheiros.blogspot.com/2009/06/o-texto-abaixo-e-uma-traducao-adaptada.htmlSobre os verdadeiros híbridos naturais, temos poucos deles disponíveis até a presente data em cultivo entre os “nepentheiros” brasileiros. São eles:
Nepenthes X
chelsoniiNepenthes X
coccinea Nepenthes X
dyeriana Nepenthes X
hookeriana Nepenthes X
mixta Nepenthes X
ventrata Nepenthes X
ventrinermis – possivelmente a “ventricosa mini” que é distribuida pelo Marcos Ono.
Nepenthes X
wrigleyana Se mais alguém tiver outra deferente dessas, divulgue aqui... Ou se cale para sempre!
Caio Vinicius escreveu:
... Mês que vem participarei de uma exposição de trabalhos sobre Zoobotânica. Irei apresentar o meu abordando exclusivamente as pc's. O Paulo Minatel já me de umas dicas. Muito bom!!
Ôpa! Eu gostaria de conhecer essas dicas do Paulo Minatel. Se puder, divulgue aqui para a gente!
Obrigado!
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